Catalunha. Supremo determina prisão de cinco líderes independentistas

por RTP
Susana Vera - Reuters

O Supremo Tribunal espanhol decidiu mandar para a prisão a título preventivo mais cinco líderes independentistas, entre eles, o candidato a presidente da Generalitat, Jordi Turull. O juiz considerou existir risco de fuga. São suspeitos do delito de rebelião no quadro da tentativa de criação de uma república independente na Catalunha.

O juiz Pablo Llarena ordenou a detenção da ex-presidente do parlamento catalão Carme Forcadell, o candidato à presidência do Governo regional, Jordi Turull, e os ex-conselheiros (ministros regionais) Raúl Romeva[responsáveo pelas relações exteriores], Josep Rull [conselheiro do território] e Dolors Bassa [conselheiro do trabalho e assuntos sociais.

Llarena considera que estes políticos separatistas catalães atuaram em conluio nos últimos seis anos para executar um plano que levava a uma declaração de independência da Catalunha, contra a Constituição espanhola.

Jordi Turull fica assim impedido de assistir a uma nova sessão do parlamento catalão para tentar fazer a investidura de um presidente. Esta quinta-feira, a abstenção da CUP inviabilizou a investidura de Turull para liderar a Generalitat.
Tribunal acusa independentistas de rebelião
O Supremo Tribunal acusou esta sexta-feira 13 líderes independentistas, entre os quais Carles Puigdemont, pelo crime de rebelião, punível até 25 anos de prisão.

Entre os acusados encontram-se Carles Puigdemont, Oriol Junqueras, Jordi Turull, Marta Rovira e a ex-presidente do Parlamento da Catalunha Carme Forcadell. O crime de rebelião é punido com até 25 anos de prisão.

A acusação foi tornada pública no dia para o qual o Supremo Tribunal tinha convocado a audiência a seis dirigentes independentistas.
Rovira foge de Espanha
Entre os convocados ao Supremo Tribunal estava Marta Rovira, dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha, o segundo maior partido do bloco independentista do Parlamento de Barcelona. Esta manhã, Rovira anunciou que não iria comparecer em tribunal e que tinha decidido fugir de Espanha.

“Hoje vou seguir um caminho duro, um caminho que, infelizmente, muitos outros tiveram de seguir. O caminho do exílio”, revela a secretária-geral da ERC no documento divulgado esta manhã. Marta Rovira justifica a sua decisão por ver a sua “liberdade de expressão censurada por tribunais que intimidam e que aplicam – descaradamente – critérios políticos”.

“É a única forma que tenho de recuperar a minha voz política. É a única forma que tenho de erguer contra o Governo do PP, que persegue todos os que estão a favor do voto e que castiga qualquer um que tente mudar o que está preestabelecido”, afirma ainda.

Marta Rovira termina a carta com vivas à “liberdade, justiça, igualdade, fraternidade” e a uma “República catalã para todos”. Marta Rovira é a secretária-geral da Esquerda Republicana da Catalunha. O presidente do partido e ex-vice-presidente da Generalitat Oriol Junqueras encontra-se detido desde novembro de 2017.
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