O Ministério Público pedia a prisão preventiva de José Lluís Trapero, o comissário-chefe dos Mossos d'Esquadra, pela sua “insubordinação” na altura do referendo na Catalunha. A juíza de instrução decidiu deixá-lo em liberdade, com apresentações quinzenais, e proibição de sair de Espanha.
De acordo com a juíza, existem elementos que ligam Trapero à organização do referendo sobre a independência da Catalunha, suspenso pelo Tribunal Constitucional de Espanha e proibido pela justiça.
Parte das provas foram encontradas num documento na casa de Josep Maria Jové, o número dois de Oriol Junqueras, vice-presidente da Generalitat, o Governo regional da Catalunha.
Sobre o comissário-chefe recaem acusações de “insoburdinação” e uma “atividade de contra-vigilância” contra ações da Guarda Civil e da polícia no período do referendo. No entanto, a sua conduta ainda está a ser investigada.
O Ministério Público pedia a prisão preventiva do chefe dos Mossos d'Esquadra, que esteve a ser ouvido esta tarde na Audiência Nacional, durante cerca de duas horas.
Trapero e a intendente Teresa Laplana, sujeitas às mesmas medidas cautelares, declararam que durante o bloqueio dos manifestantes ao Ministério da Economia, no dia 20 de setembro, “abriram corredores de segurança para saírem as pessoas que estavam retidas” e não agiram para dispersar a manifestação porque essa ordem iria provocar graves distúrbios.
No passado dia 7 de outubro, os réus deixaram a Audiência Nacional sem quaisquer medidas cautelares, tendo sido notificados para prestar novos depoimentos após a juíza examinar documentos fornecidos pela Guarda Civil.
Os relatórios da Guarda Civil referem que Trapero “está totalmente envolvido no processo separatista”, segundo o jornal El País.