Chefes militares da França e Grécia assinam "roteiro" sobre cooperação militar

por Lusa

Os chefes das Forças Armadas francesa e grega assinaram hoje em Atenas um "roteiro" que concretiza a vertente militar da parceria estratégica entre os dois países e concluída em setembro em Paris.

O texto, assinado pelo general Thierry Burkhard, chefe de Estado-Maior das Forças Armadas de visita a Atenas, e o general grego Konstantinos Floros estipula que "a parceria estratégica une os dois países no plano militar", segundo um comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas francesas.

Permite ainda "reforçar e estruturar no tempo as relações militares de defesa" e "materializar a cooperação militar bilateral franco-grega aos níveis estratégico e operacional".

O "roteiro" segue-se ao acordo franco-grego de setembro que prevê uma cláusula de assistência mútua por "todos os meios apropriados" caso os dois países "verifiquem em conjunto a ameaça de uma agressão armada contra o território" de cada um dos Estados.

Na sequência das recorrentes tensões com a vizinha Turquia, Atenas decidiu em 2021 reforçar a sua capacidade militar e encomendou à França 18 aviões de combate Rafale e três fragatas, num valor total de 5,5 mil milhões de euros. A Grécia anunciou de seguida a compra de seis novos Rafale suplementares.

A assinatura do "roteiro" surgiu dois dias após a entrega a Atenas dos seis primeiros aviões Rafale, encomendados à França.

No verão de 2020, Paris manifestou a sua solidariedade com Atenas e enviou Rafale e navios de guerra face à presença de navios militares e de prospeção turcos no Mediterrâneo oriental.

"No âmbito dos compromissos assumidos junto da UE e da NATO", a parceria franco-grega une "no plano militar" os dois países que "contribuem à defesa europeia e à segurança euro-atlântica, afirmando nomeadamente o seu compromisso com a liberdade de circulação aérea e marítima no respeito pelo direito internacional", segundo o mesmo comunicado.

O "roteiro" permitirá às Forças Armadas francesas e gregas "reforçar a sua cultura estratégica comum e a sua interoperacionalidade (...) no interesse dos nossos dois exércitos, acrescenta o texto, para acrescentar que "a cooperação militar bilateral será reforçada".

De acordo com especialistas nesta área interrogados pela agência noticiosa AFP, este acordo é "inédito" e "inabitual" por juntar dois países membros da NATO, e com "palavras encobertas" é dirigido à Turquia, outro membro da Aliança ocidental.

Tópicos
pub