Chile rejeita Pacto Global e falha conferência em Marraquexe

por Lusa

Santiago do Chile, 10 dez (Lusa) - O Chile anunciou no domingo que vai rejeitar a adoção do primeiro pacto global para a migração e que não vai estar representado na conferência intergovernamental que se realiza entre hoje e terça-feira em Marraquexe, Marrocos.

O país sul-americano é, por esta altura, o nono país a rejeitar o processo, após a aprovação do texto em 13 de julho, em Nova Iorque. Estados Unidos, Israel, Polónia, Áustria e República Checa estão entre os países que rejeitam este pacto global e já anunciaram que não vão assinar o texto na conferência que conta com a participação de dois terços dos 193 países-membros da ONU.

Num comunicado divulgado pelo subsecretário do Interior chileno, Rodrigo Ubilla, lê-se que o Governo do Chile "decidiu não participar nas reuniões de segunda e terça-feira em Marraquexe para deixar claras (...) as suas diferenças objetivas com este Pacto".

Para Santiago, algumas ambiguidades presentes no texto representam "uma espécie de `colete de forças` em relação ao que cada país pode fazer de forma soberana".

O documento, fruto de 18 meses de consultas e negociações entre os Estados membros da ONU, é o primeiro deste género e tem como base um conjunto de princípios, como por exemplo a defesa dos direitos humanos, dos diretos das crianças migrantes ou o reconhecimento da soberania nacional.

O texto também enumera 23 objetivos e medidas concretas para ajudar os países a lidarem com as migrações, nomeadamente ao nível da informação e da integração, e para promover "uma migração segura, regular e ordenada".

O número de migrantes no mundo está atualmente estimado em 258 milhões, o que representa 3,4% da população mundial.

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