O Governo chinês considerou hoje a Lei da Autonomia de Hong Kong, assinada pelo Presidente dos Estados Unidos, uma "grave interferência nos assuntos internos" do país e ameaçou retaliar.
Numa declaração, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês advertiu que "para salvaguardar os seus próprios interesses legítimos, a China dará a resposta apropriada e imporá sanções ao pessoal e autoridades norte-americanas competentes".
"Pedimos aos EUA que corrijam os seus erros, evitem implementar a chamada `Lei de Autonomia de Hong Kong` e parem de interferir nos assuntos internos da China, incluindo nos de Hong Kong", salientou.
"Se os Estados Unidos avançarem, não há dúvidas de que a China retaliará", garantiu o Governo chinês, no mesmo comunicado.
Para Pequim, a Lei de Autonomia de Hong Kong aprovada por Trump constitui "uma tentativa dos EUA de obstruir a implementação da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong".
O diploma foi aprovado pela Assembleia Popular Nacional da China, sem passar pelo Conselho Legislativo da região semiautónoma chinesa, e pune com prisão perpétua "atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras".
No entanto, advogados, ativistas, jornalistas e grande parte da sociedade de Hong Kong manifestaram a sua oposição, por temer que a lei acabe com as liberdades desfrutadas pela antiga colónia britânica e inexistentes na China continental.
Na terça-feira, Donald Trump assinou o decreto que encerra o estatuto económico e comercial especial que os EUA concediam a Hong Kong, além de uma lei que prevê a imposição de novas sanções à China, por "extinguir a liberdade" na cidade, um centro financeiro internacional e regional.
"Agora vamos passar a tratá-los como tratamos a China continental", disse Trump.