"Impedir a independência". China agita ameaça da força contra Taiwan

por Carlos Santos Neves - RTP
Membros da Guarda de Honra de Taiwan fotografados no lançamento de novos equipamentos para a Armada da ilha, em Kaohsiung Ritchie B. Tongo - EPA

As recentes manobras ensaiadas pelas Forças Armadas chinesas perto do território taiwanês constituíram um aviso contra a concertação entre Taipé e Washington. Pequim, reiterou esta quarta-feira o Gabinete para os Assuntos de Taiwan, jamais aceitará a independência da ilha, mantendo sobre a mesa a possibilidade de “uso da força”.

É no contexto da deslocação a Taiwan de antigos funcionários do Governo Federal dos Estados Unidos que a China emite nova advertência às autoridades da ilha.

“Os exercícios militares visam assinalar que estamos determinados a impedir a independência de Taiwan e impedir que Taiwan trabalhe com os Estados Unidos”, afirmou, em conferência de imprensa, Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês.

“Não prometemos abandonar o uso da força e manteremos a opção de tomar todas as medidas necessárias”, acentuou.

Na segunda-feira, Pequim destacou 25 aviões de guerra para o espaço aéreo do sul de Taiwan, um gesto que começou por ser denunciado pelas autoridades taiwanesas. Já na passada semana foram realizados perto de Taiwan exercícios navais que envolveram o porta-aviões Liaoning.

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan frisou ainda que a Administração norte-americana deve respeitar a ideia de “Uma só China”: “As forças externas que utilizam Taiwan para conter a China e as forças separatistas que usam a força para procurar a independência estão condenadas a falhar, diante da forte determinação de 1,4 mil milhões de chineses”.
Dodd, Armitage e Steinberg
Os antigos vice-secretários de Estado norte-americanos Richard Armitage e James Steinberg e o ex-senador Chris Dodd viajaram para Taiwan a pedido do Presidente dos Estados Unidos. Esta deslocação, enfatizou a Casa Branca, deve ser lida como um “sinal pessoal” do empenho de Joe Biden para com o regime democrático de Taiwan.

Da agenda dos três emissários dos Estados Unidos faz parte um encontro, na quinta-feira, com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

O Departamento de Estado norte-americano deixara já claro, há uma semana, que trataria de emitir novas diretivas, tendo em vista mais encontros com as autoridades de Taiwan.

A Ilha de Taiwan – oficialmente denominada República da China - é governada como um território autónomo desde 1949, quando Chiang Kai-shek, até então líder do governo nacionalista chinês, ali se refugiou, na sequência da vitória das forças comunistas de Mao Tsé-tung na guerra civil.

c/ agências
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