China diz que exercícios militares são sinal deliberado para Taipé e os seus aliados

por Lusa

A China disse hoje que as recentes movimentações do exército chinês perto de Taiwan constituem um sinal deliberado para os líderes da ilha e aliados estrangeiros de que Pequim pretende defender o que considera a sua soberania.

Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, disse que os exercícios militares são uma "medida necessária", já que os líderes de Taiwan "têm vindo a envolver-se em atividades destinadas a promover a independência formal" da ilha.

O porta-voz acusou ainda Taipé de procurar apoio do exterior, com o intuito de impedir o desenvolvimento da China.

"A situação entre os dois lados é agora mais grave e complexa. As autoridades do Partido Democrata Progressista e as forças independentistas de Taiwan estão por trás disto", acusou Ma, referindo-se ao partido atualmente no poder em Taiwan, e que renovou o seu controlo da presidência e do parlamento nas eleições deste ano.

"Temos a determinação e a capacidade de derrotar todas as atividades de independência de Taiwan e salvaguardar resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial", disse Ma, em conferência de imprensa.

Taiwan afirmaram que aviões de guerra chineses entraram no seu espaço aéreo por duas vezes, na semana passada, durante exercícios militares de grande escala, vistos por Taipé como uma "grave provocação a Taiwan e uma ameaça séria à paz e estabilidade regionais".

O Governo taiwanês disse que as ações do Exército de Libertação Popular, as forças armadas da China, ameaçam toda a região, e exortou a comunidade internacional a reagir.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

A China tem intensificado a sua ameaça de reunificar a ilha pela força militar, através de exercícios militares frequentes e patrulhas aéreas.

Pequim cortou o contacto com Taipé após a eleição, em 2016, da Presidente Tsai Ing-wen, que foi reeleita este ano, e tem procurado isolar Taiwan diplomaticamente, enquanto aumenta a pressão política, militar e económica.

Na reunião de quarta-feira, Ma evitou questões sobre a decisão do Partido Nacionalista de Taiwan, afeto a Pequim, de não enviar uma delegação para participar num fórum económico e cultural que se realiza todos os anos na cidade chinesa de Xiamen.

Ma limitou-se a considerar que a decisão se deveu à política interna de Taiwan.

Os nacionalistas perderam as últimas duas eleições presidenciais, em grande parte devido à perceção de que são muito próximos de Pequim e dispostos a ceder os interesses de Taiwan para obter ganhos políticos e económicos.

A China tem procurado implacavelmente isolar o Governo de Tsai, que se tem aproximado do seu aliado principal, os Estados Unidos.

Pequim reduziu a lista de aliados diplomáticos de Taiwan para apenas 15 e bloqueou os seus representantes de participarem em reuniões internacionais, exigindo a Tsai que reconheça Taiwan como parte do território chinês.

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