China prolonga por um dia exercícios militares perto de Taiwan

por RTP
Ritchie B. Tongo -EPA

Pequim mantém os exercícios militares de grande escala perto de Taiwan, um dia depois data prevista para o fim das manobras. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China as movimentações vão "decorrer nas nossas próprias águas de forma aberta, transparente e profissional".

O Exército de Libertação Popular (PLA) anunciou na rede social Weibo – o equivalente chinês ao Twitter – que continua a “realizar exercícios práticos conjuntos no espaço aéreo e marítimo ao redor da ilha de Taiwan”.

As manobras que Pequim realizou nos últimos dias, que incluíram o uso de fogo real e o lançamento de mísseis de longo alcance, foram descritas pelo governo de Taiwan como “irresponsáveis”, além de suscitarem preocupação na comunidade internacional.

Os exercícios desta segunda-feira vão concentrar-se em operações anti-submarino e ataques aéreos com navios como alvo, acrescentou o comunicado.


No entanto, as autoridades não especificaram a localização destas manobras adicionais ou se vão manter as seis áreas onde foram realizados os exercícios dos últimos dias, uma delas localizada a apenas 20 quilómetros de Kaohsiung, a principal cidade do sul de Taiwan.
Retaliação à visita de Pelosi
Os exercícios chineses são uma retaliação à visita, na semana passada, por parte da presidente da Câmara dos Representes dos Estados Unidos a Taiwan. “A atual situação tensa no Estreito de Taiwan é inteiramente provocada e criada pelo lado norte-americano pela sua própria iniciativa, e o lado americano dever arcar com toda a responsabilidade e consequências”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian.A China, que considerou a visita da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, como “uma "farsa” e uma “deplorável traição”, reivindica a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para o local, em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas.

Wu acrescentou que, “as contramedidas relevantes da China são um aviso necessário às provocações dos Estados Unidos e de Taiwan, e uma legítima defesa da soberania e segurança nacionais”.
Acusação de TaipéTaiwan acusou a China de utilizar esses exercícios como prática para uma invasão à ilha. Esta segunda-feira, o Ministério da Defesa recordou que a linha mediana do Estreito de Taiwan é um entendimento tático desde 1950 e a sua existência é um “facto”, depois de navios e aviões a terem atravessado repetidamente durante os exercícios.

A duração e a localização precisa dos últimos exercícios ainda não são conhecidas
, mas Taiwan já avaliou restrições de voos em relação às seis áreas reais de exercícios chineses em torno da ilha.
Para além do disparo de 11 mísseis balísticos de curto alcance durante os quatro primeiros dias de exercícios, navios de guerra chineses, aviões de combate e drones manobravam extensivamente em redor de Taiwan.

Pouco antes de esses exercícios terminarem no domingo, cerca de 10 navios de guerra da China e de Taiwan manobraram, cada um deles, a curta distância da linha mediana não oficial do Estreito de Taiwan.

A atividade renovada em torno de Taiwan surge depois de as autoridades marítimas chinesas terem anunciado que se realizariam também exercícios noutros locais.


No Mar Amarelo – que banha o leste da República Popular da China, o oeste da Coreia do Norte e da Coreia do Sul - novos exercícios militares diários deveriam ter começado no sábado, com exercícios de fogo real.

Além disso, uma operação militar de um mês numa zona do Mar Bohai - a norte do Mar Amarelo - teve início no sábado.

com agências
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