Em direto
Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito entre Irão e Israel ao minuto

CIA informa Trump sobre provas contra príncipe saudita

por RTP
A directora da CIA, Gina Haspel, com Donald Trump Kevin Lamarque, Reuters

O presidente norte-americano admitiu que ainda hoje se reunirá com a directora da CIA, para tomar conhecimento das provas que a agência diz ter sobre o envolvimento do príncipe saudita Mohamed bin Salman no assassínio do jornalista Jamal Khashoggi.

Em declarações prestadas perante jornalistas na Casa Branca, Donald Trump afirmou a respeito do relatório da agência sobre a responsabilidade do príncipe saudita Mohammed bin Salman (MBS): "Ainda não fomos informados A CIA vai falar hoje comigo".

O diário Washington Post, que cita as declarações refere, no entanto que segundo assessores do presidente já lhe foram apresentadas provas, mas sem o terem demovido do seu manifesto cepticismo sobre o passo que seria responsabilizar o príncipe saudita pelo assassínio.

As provas que Trump já viu foram-lhe transmitidas pela directora da Central Intelligence Agency (CIA), Gina Haspel, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton. Trump pôde ver e ouvir registos que mostram o envolvimento directo de homens de confiança de MBS.
Agora, a CIA conclui das peças processuais referidas que foi o príncipe a encomendar o assassínio do jornalista. A agência contesta, naturalmente, a versão oficial saudita, segundo a qual MBS desconhecia qualquer plano para assassinar Khashoggi. Até agora Trump tem afirmado que ainda não lhe foi mostrada qualquer prova concludente sobre a responsabilidade de MBS.

Uma porta-voz da Embaixada saudita em Washington, Fatimah Baeshen, comentou que "as alegações deste suposto relatório são falsas. Temos ouvido e continuamos a ouvir várias teorias, sem ver a base primária dessas especulações".

Notícias divulgadas ontem referiam a eventualidade de o presidente dos EUA estar a tentar apaziguar a Turquia, e obter dela um afrouxamento da pressão para comprometer MBS, em troca de poder extraditar para a Turquia o líder oposicionista Fetullah Gülen. O presidente turco Recep Tayipp Erdogan de há muito que vem reclamando a extradição de Gülen.

No entanto, os rumores sobre a troca entre Gülen, exilado nos Estados Unidos, e a imunidade para o príncipe saudita foram desmentidos pelas duas presidências - turca e norte-americana.

Por outro lado, o inquilino da Casa Branca descartou sugestões europeias para uma tomada de posição conjunta, responsabilizando o regime saudita, segundo fonte diplomática citada pelo Washington Post.
pub