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Ciberataque na Ucrânia atinge bancos e elétrica nacional

por RTP
Reuters

Bancos e várias companhias ucranianas estão a ser alvo de um ataque informático, confirmou ao início da tarde o Banco Central da Ucrânia. A companhia nacional de eletricidade foi um dos alvos, bem como o aeroporto de Kiev e até a rede de computadores do governo. A empresa petrolífera russa Rosneft também foi atingida por um "potente ataque informático". Há registo de mais países afetados.

Várias operações das empresas alvo deste ataque informático foram afetadas.

O Banco Central ucraniano informou ao início da tarde que um "vírus desconhecido" infetou vários sistemas no país. "Os bancos estão a ter dificuldades com os serviços aos clientes e com as operações bancárias", disse em comunicado a instituição. "O Banco Central está confiante que as infraestruturas de defesa contra ataques informáticos estão ativos e os ciberataques vão ser neutralizados".

A elétrica nacional também foi atingida por este ataque que não terá, neste caso, provocado qualquer falha no serviço. “Não houve impacto na distribuição de energia”, garantiu um porta voz da Ukrenergo.
"Ataque sem precedentes"
O primeiro-ministro ucraniano já classificou este como um ataque sem precedentes, mas garantiu que não atingiu sistemas informáticos importantes. “Foi um ataque sem precedentes, mas os nossos especialistas estão a fazer o seu trabalho e a proteger as infraestruturas estratégicas. Sistemas importantes não foram afetados”, revela Volodymyr Groysman no Facebook.




O vice-primeiro ministro da Ucrânia diz que a rede de computadores do governo está em baixo e colocou no Twitter uma foto do écran do computador apresentando uma mensagem de erro.


O principal aeroporto de Kiev foi outro dos alvos do ataque. O director do aeroporto admitiu atrasos nos voos.

A fabricante de aeronaves Antonov também consta da listas das entidades afetadas. 

O metro de Kiev indicou na sua página de Facebook que não pode aceitar pagamentos com cartão de multibanco devido ao ataque informático.

Este ciberataque terá utilizado o vírus Petya.A, um "ransomware", afirmou a empresa ucraniana Novaïa Potchta, que está “temporariamente na incapacidade de fornecer serviços aos seus clientes”, refere a Reuters.

Nenhuma das outras empresas afetadas indicou por enquanto a origem do ataque informático.
Vírus será nova versão do WannaCry
O conselheiro do ministro ucraniano do Interior veio entretanto afirmar que as redes de computadores deverão ser totalmente restauradas dentro de dias. E, de acordo com a Reuters, Anton Gerashchenko diz acreditar que os ataques tiveram origem na Rússia.



O conselheiro diz tratar-se de uma versão do vírus WannaCry, que em maio atingiu mais de 200 mil computadores em mais de 150 países.

O secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia afirmou à Reuters que há sinais do envolvimento da Rússia no ciberataque desta terça-feira.

Não foi ainda estabelecida oficialmente uma ligação entre todos estes ataques, aparentemente simultâneos. Mas, de acordo com a agência France Presse, as informações que vão surgindo de várias empresas apontam para o aparecimento de uma mensagem nos écrans dos computadores com uma exigência de resgate de 300 dólares.

Segundo a empresa especializada em segurança informática Group-IB “cerca de 80 empresas foram atingidas” na Rússia e na Ucrânia, dizendo tratar-se de uma versão do vírus Petya, modificada recentemente.

Os ataques informáticos na Ucrânia têm vindo a suceder-se nos últimos três anos. Surgem depois de uma série de tentativas de hackers dirigidas a sites estatais no final de 2016 e ataques repetidos contra a companhia ucraniana de energia.

A Ucrânia tem culpado a Rússia por anteriores ataques informáticos, incluindo um dirigido à rede de energia no final de 2015 que deixou parte da Ucrânia temporariamente sem eletricidade. A Rússia nega ter levado a cabo esses ataques.

As relações entre Kiev e o Kremlin colapsaram em 2014 depois da anexação da Crimeia por parte da Rússia e o apoio a separatistas.
Petrolífera russa atacada
A AFP avançou que também a empresa petrolífera russa Rosneft foi alvo de um "potente ataque informático". A empresa petrolífera assegura que a produção não foi posta em causa, garantindo que a companhia passou para um sistema de produção de reserva que permitiu que nem a saída de petróleo nem a refinaria fossem afetados.

A gigante russa de metais Evraz reportou também ter sido afetada, revelou a agência russa de notícias RIA.

A companhia de transportes dinamarquesa A.P.Moller-Maersk registou uma interrupção no sistema informático. “Podemos confirmar que os sistemas estão em baixo em múltiplas unidades de negócio. Estamos no momento a avaliar a situação”, pode ler-se na conta Twitter da companhia.



O porta voz da Maersk disse que a interrupção se deve a um ataque informático e admitiu que a situação se podia estender a todas as operações mundiais da empresa.

Dezassete terminais de embarque de contentores geridos pela APM Terminals foram atingidos, incluindo o de Roterdão e outros 15 por todo o mundo, revelou a emissora holandesa RTV Rijnmond.

A RTV afirma que os computadores foram infetados com um vírus ransomware que encriptou a informação nos discos rígidos, pedindo o pagamento de 300 dólares de resgate.

A agência governamental suíça revela que a Ucrânia, Rússia, Inglaterra e India são os países mais afetados pelo vírus.

A britânica WPP, a maior companhia de publicidade do mundo, revelou que os sistemas informáticos de várias das suas agências foram atingidas, suspeitando-se de um ataque informático. “Estamos a avaliar a situação e a tomar as medidas apropriadas”, garantiu a companhia.

Na Noruega, há registo de uma multinacional atacada, embora as autoridades não revelem o nome da companhia.

A BBC avança que a Saint-Gobain, empresa francesa de vidro e materiais de construção admite ser uma das vítimas do ciberataque.
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