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Ciclone “Debbie” fustiga nordeste da Austrália

por Andreia Martins - RTP
Foto: EPA

É o ciclone mais potente dos últimos anos a afetar território australiano. A passagem de “Debbie” provocou estragos na costa nordeste do país, com vários relatos de chuvas torrenciais e cortes permanentes de energia. O plano de resposta a catástrofes naturais já foi ativado e para já, registam-se apenas os danos a nível material, mas as autoridades australianas admitem que a real amplitude da devastação só poderá ser conhecida nos próximos dias.

O ciclone “Debbie” atingiu território australiano com rajadas de vento acima dos 260 quilómetros por hora e obrigou à evacuação antecipada de pelo menos 25 mil habitantes. Chegou a atingir a categoria 4, a segunda mais grave na escala Saffir –Simpson (de 1 a 5), mas deu sinais de diminuição de intensidade para a categoria 3 nas últimas horas.

Os meteorologistas esperam que o olho da tempestade atravesse toda a zona costeira ainda, sendo que o balanço final dos estragos só poderá ficar concluído nos próximos dias. 


O ciclone passou esta terça-feira pela ilha Hamilton, Airlie Beach e Bowen. O jornal The Sydney Morning Herald fez uma compilação de vários vídeos publicados na internet nas últimas horas.

Annastacia Palaszczuk, governadora do estado de Queensland – até agora a zona mais afetada – refere à BBC que é difícil fazer uma avaliação provisória, uma vez que o contacto com as populações é muito difícil, senão impossível, com vários locais desprovidos de eletricidade e rede de telemóvel em determinadas zonas. Há pelo menos 48 mil casas sem acesso a eletricidade. 

"Vamos ver o impacto do ciclone Debbie nos próximos três a cinco dias", refere a responsável.

Confirma-se para já um ferido grave na sequência da queda de uma parede, casas destruídas e pelo menos meia centena de árvores caídas junto à zona costeira, segundo confirmou a responsável.


Arlie Beach, uma zona bastante afetada pelo ciclone. (Dan Peled - EPA)

Para a polícia, a avaliação completa dos estragos também só deverá ser possível nos próximos dias. “Vamos certamente receber relatos de danos, e infelizmente acho que vamos também receber relatos de feridos, senão mesmo de mortos. Temos de estar preparados para isso”, admitiu Ian Stewart, comissário da polícia australiana.

Segundo a polícia, o agravamento do estado do tempo terá provocado um morto na segunda-feira, na sequência de um acidente de carro.

Mark Roche, comandante da Proteção Civil em Queensland, aconselha as populações a procurarem lugares seguros e a aguardarem indicações da polícia. Nas zonas com menor altitude, há risco elevado de inundações para esta terça-feira.

O Estado de Queensland é para já o território mais fustigado, com milhares de pessoas a receberem ordem de evacuação na passada segunda-feira. As ilhas Whitsunday, maioritariamente turísticas, foram igualmente afetadas, e o principal porto da zona, em Arlie Beach, regista um cenário “caótico”, segundo conta a agência France Presse.




"Sentimo-nos sob um comboio de carga durante a noite inteira, o vento sacudiu todo o prédio", contou o realizador norte-americano Cameron Berkman, de férias na ilha Hayman, à Australian Broadcasting Corporation.

A mais forte tempestade a atingir território australiano desde o ciclone Yasi, em 2011 levou ao encerramento de mais de 180 escolas e 230 creches foram encerradas por precaução, bem como os aeroportos de Townssville e Mackay, que cancelaram todos os voos por tempo indeterminado.

O ciclone atingiu também a Grande Barreira de Coral, registando-se nessa zona ventos acima de 270 quilómetros/hora. David Wachenfeld, da autoridade do parque marítimo, teme que os ventos tenham causado danos nos recifes.
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