Cimeira da NATO começa condicionada pela guerra na Ucrânia

por Lusa
Stoltenberg acredita que a NATO vais sair muito mais forte da Cimeira que se realiza de terça a quinta-feira em Madrid D.R.

O programa oficial da cimeira da NATO, a decorrer esta semana em Madrid, arranca esta terça-feira com um fórum dedicado à reunião, mas também com uma conferência de imprensa conjunta do secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, e do governo espanhol.

O dia na capital espanhola será igualmente marcado com um encontro do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, com o seu homólogo finlandês, Sauli Niinisto, e com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, para debaterem a adesão da Suécia e da Finlândia à organização, que a Turquia está a bloquear.

Têm decorrido negociações para tentar ultrapassar o veto turco nas últimas semanas e Stoltenberg afirmou na segunda-feira, em Bruxelas, que não podia fazer promessas em relação a um desfecho esta semana, pelo que se limitou a dizer que espera "progressos".

A Turquia acusa a Suécia de albergar militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização que Ancara considera terrorista.

Ancara exige também o levantamento dos bloqueios à exportação de armas por Estocolmo e Helsínquia após a intervenção militar da Turquia no norte da Síria em outubro de 2019, o endurecimento da legislação antiterrorista sueca e a extradição de várias pessoas que descreve como terroristas.

A cimeira de Madrid vai reunir delegações de mais de 40 países, entre os 30 membros da NATO e outros convidados, e decorre condicionada pela guerra na Ucrânia, provocada pela invasão russa de 24 de fevereiro.

O encontro foi convocado e pensado inicialmente antes da guerra na Ucrânia e tem entre os convidados países da Ásia e do Pacífico (Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia), do Médio Oriente (Jordânia) e de África (Mauritânia), assim como os seis estados da União Eurpeia que estão fora da NATO (Finlândia, Suécia, Áustria, Chipre, Irlanda e Malta).

As comitivas chegam hoje, na sua maioria, a Madrid, e antes do início dos trabalhos oficiais da cimeira, na quarta-feira, vão reunir-se num jantar de gala, oferecido pelo Rei Felipe VI.

Antes, durante o dia, Stoltenberg e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anfitrião do encontro, vão visitar o espaço da Feira de Madrid (Ifema), onde decorrerá a cimeira.

O secretário-geral da NATO fará também a abertura de um fórum dedicado à cimeira, um evento paralelo ao do encontro organizado pelo 'think thank' espanhol Real Instituto El cano.

Ao longo do dia, Sánchez receberá na sede do Governo espanhol, a Moncloa, alguns dos seus homólogos, todos de países que não fazem parte da União Europeia: Estados Unidos (Joe Biden), Austrália (Anthony Albanese), Nova Zelândia (Jacinda Ardern) e Islândia (Katrín Jakobsdóttir).

Os trabalhos da cimeira arrancam na quarta-feira e prolongam-se por dois dias, durante os quais a NATO vai adotar um novo Conceito Estratégico, dcocumento que define as suas prioridades para a próxima década e que, segundo Stoltenberg, deverá defnir a Rússia como a maior e mais direta ameaça aos países da aliança militar.

Em Madrid deverão também ser aprovados reforços das forças da aliança no leste europeu e das tropas de alta prontidão, naquela que constituirá "a maior revisão" da estratégia "de dissuasão e defesa coletiva" da NATO desde a Guerra Fria.

Será ainda aprovado um novo pacote de ajuda à Ucrânia e também Geórgia, Bósnia e Moldova terão novos planos de ajuda da NATO.





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