Na segunda-feira, colonos israelitas voltaram a atacar palestinianos, desta vez na cidade de Huwara, na Cisjordânia. Os colonos atiraram pedras das janelas dos carros, destruindo várias lojas e veículos e provocando pelo menos três feridos. Este é o mais recente de uma série de ataques de colonos israelitas executados nos últimos meses.
“O conflito começou quando vários veículos que seguiam na Rota 60 através de Huwara atiraram pedras, causando grandes danos”, acrescentou o exército israelita, que disse estar a investigar o incidente.
Por sua vez, a organização não-governamental (ONG) israelita Yesh Din afirmou que o incidente ocorreu “em plena luz do dia” e à vista do exército israelita, que patrulha com frequência a Rota 60, uma longa estrada ladeada por lojas que atravessa a cidade e que é muito usada por israelitas e palestinianos.
Settlers from Yitzhar threw stones at Palestinians and vehicles in the West Bank town of Huwarra injuring at least 3 people including a 3yr old boy. The IDF said they are looking into the incident https://t.co/3bW1t32Vx5
— Anna Ahronheim (@AAhronheim) January 24, 2022
A ONG afirmou que o grupo de colonos israelitas chegou em vários carros, acompanhados pelo IDF, e seguiam em direção à fronteira de Tapuach, na Cisjordânia ocupada. Os carros pararam, então, em Huwara e os colonos começaram a atirar pedras aos carros, lojas e casas de palestinianos, partindo janelas e ferindo pelo menos três pessoas, descreveu Yesh Din.
“Em plena luz do dia, sob o pretexto de proteção dos soldados, um grupo de colonos está a levar a cabo um pogrom [perseguição a um grupo étnico ou religioso] contra os palestinianos”, acusou o diretor executivo da organização Yesh Din, Lior Amihai.
O incidente, que está a ser investigado pela polícia, ocorre poucos dias depois de um outro ataque a um grupo de ativistas israelitas por parte de colonos palestinianos perto de Burin, uma pequena vila da Cisjordânia a cerca de 12 quilómetros de Huwara. Dezenas de colonos israelitas apareceram no local mascarados com bastões, pás, pedras e cocktails Molotov, destruindo carros e provocando pelo menos três feridos. Estes ataques vêm juntar-se aos 496 levados a cabo por colonos e extremistas israelitas contra palestinianos durante o ano passado, 126 com consequências físicas para os alvos dessas ações.
O ministro da Defesa de Israel condenou todos estes atos de violência. “Os recentes incidentes que implicam violência com motivação nacionalista na Judeia e Samaria são graves e pretendo agir com firmeza contra os mesmos”, declarou Benny Gantz. “Quem atirar pedras, incendiar veículos e usar armas [para fins de violência] é terrorista e será tratado como tal”, afirmou o ministro da Defesa.
Benny Gantz disse ainda que estão em curso várias reuniões com o propósito de vir a fortalecer as tropas no terreno e unir forças com a polícia e a Agência de Segurança de Israel (Shin Bet).
As autoridades israelitas têm prometido repetidamente tomar medidas contra a violência dos colonos nos últimos meses. Palestinianos e grupos de direitos humanos dizem, no entanto, que o exército raramente intervém e muitas vezes fica do lado dos colonos.