Kinshasa, 12 dez (Lusa) - A comissão eleitoral da República Democrática do Congo (RDCongo) assegurou hoje que o equipamento para as eleições gerais de 23 de dezembro - incluindo urnas eletrónicas - foi distribuído e está "em bom estado de funcionamento".
A garantia foi transmitida pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) nas plataformas Facebook e Twitter.
"Os eleitores e atores políticos são testemunhas das dificuldades que a CENI enfrentou para a distribuição do material eleitoral. No entanto, a CENI assegura, após verificação técnica, que todos os materiais eleitorais chegaram, em bom estado de funcionamento, a todos os territórios e cidades", lê-se numa publicação da CENI no Facebook, acompanhada com fotografias de material a ser distribuído.
Já no Twitter, a CENI partilhou várias fotografias do presidente da comissão, Corneille Nangaa, a experimentar as urnas eletrónicas.
Também durante o dia de hoje, a comissão eleitoral elogiou a disponibilização de dois helicópteros da Força Aérea da RDCongo, que vão "facilitar" a instalação dos materiais eleitorais em locais inacessíveis das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul.
A utilização de urnas eletrónicas tem sido alvo de contestação pela oposição, mas também pela comunidade internacional.
Em 26 de outubro, uma parte da oposição marchou em várias ruas da RDCongo, exigindo que as urnas eletrónicas não fossem utilizadas sob o pretexto de serem "máquinas de fazer batota".
Em agosto, a então embaixadora dos Estados Unidos da América nas Nações Unidas, Nikki Haley, também mostrara apreensão pelo uso das urnas eletrónicas.
"Haverá máquinas de voto suficientes? Ou será que as autoridades irão prolongar o voto por dias ou semanas adicionais? É possível recarregar as máquinas de voto cujas baterias duram 12 horas? As máquinas foram devidamente testadas", questionou na altura Nikki Haley.
Inicialmente previstas para 2016, as eleições de dezembro foram já adiadas duas vezes, e, além de presidenciais, irão ainda permitir a escolha de representantes parlamentares a nível nacional e provincial.
O Presidente cessante, Joseph Kabila, escolheu o ex-ministro do Interior Emmanuel Ramazani Shadary para seu `delfim`, nas eleições de 23 de dezembro.
Desde a sua independência do poder belga, em 1960, a RDCongo nunca testemunhou uma transição política pacífica.