Comissão Europeia. Líderes da UE sem acordo sobre candidatos

por Inês Moreira Santos - RTP
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu. Reuters

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reuniram durante horas em Bruxelas, esta quinta-feira, mas não chegaram a acordo relativamente aos altos cargos a ocupar nas instituições europeias. Donald Tusk agendou a próxima cimeira para 30 de junho.

Os líderes da UE não chegaram a “nenhuma maioria” sobre “qualquer candidato” à presidência da Comissão Europeia, depois de horas reunidos, informou o presidente do Conselho Europeu no final de uma longa maratona negocial.

As discussões no Conselho Europeu, que decorreram em Bruxelas, terminaram na madrugada desta sexta-feira sem acordo. Por isso, foi agendada uma nova cimeira para dia 30 de junho às 18h00.
Reportagem de Andrea Neves, correspondente da Antena 1 em Bruxelas

“O Conselho Europeu teve uma longa discussão sobre as nomeações, tendo em conta as conversações que tive e as declarações feitas no Parlamento Europeu", declarou Donald Tusk. No entanto, "não houve maioria relativamente a qualquer candidato”.

As conversações entre os líderes dos 28 Estados-membros, com vista à nomeação para os cargos de topo da UE para o próximo mandato de cinco anos, duraram cerca de quatro horas.

Donald Tusk disse à imprensa que "o Conselho Europeu concordou que é necessário um grupo que reflita a diversidade da UE" e, por isso, os chefes de Estado e de Governo voltam a reunir dia 30 de junho.

O presidente do Conselho Europeu acrescentou que até à nova cimeira vai "continuar as consultas, incluindo com o Parlamento Europeu".

Os líderes europeus têm de escolher os nomes para o lugar na presidência da Comissão Europeia, do Conselho Europeu, do Parlamento Europeu, do Banco Central Europeu e ainda para o cargo de Alto Representante para a Política Externa.

Manfred Weber do Partido Popular Europeu, Frans Timmermans dos Socialistas Europeus e Margrethe Vestager dos Liberais são os principais nomes para a Comissão Europeia indicados pelas três maiores famílias políticas, embora nenhum tenha conseguido uma maioria de apoio.

A reunião neste Conselho Europeu centrou-se, principalmente, na nomeação para a presidência da Comissão Europeia. Tendo as conversações terminado sem um acordo e nenhum candidato com maioria no Conselho, Jean-Claude Juncker, atual presidente da Comissão Europeia, disse, em tom de brincadeira, que lhe "parece que não é muito fácil" substituí-lo.


Embora considere que as nomeações não vão ser fáceis, o ainda presidente da Comissão Europeia disse que "é um trabalho que tem de ser feito". Juncker acrescentou ainda que a escolha entre os principais candidatos ("Spitzenkandidaten") "não é garantida, é uma possibilidade".

O Conselho Europeu pretende chegar a um acordo antes da sessão inaugural do próximo Parlamento Europeu, eleito em maio passado, que decorre de 2 a 4 de julho em Estrasburgo. Por isso, é necessário que sejam eleitos os sucessores dos altos cargos na UE na cimeira de dia 30 de junho.

Embora o nome de Weber tenha sido vetado, visto que os grupos socialista e liberal - o segundo e terceiro maior na nova assembleia, respetivamente - já disseram que não vão apoiar o alemão, o Partido Popular Europeu continua, enquanto força política mais votada nas eleições de maio, em vantagem para a nomeação da presidência da Comissão Europeia.

As conversações entre os líderes europeus vão continuar até dia 30 de junho. Esta sexta-feira os representantes dos Estados-membros vão reunir-se para uma Cimeira do Euro, com o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno. O primeiro-ministro português, António Costa, é um dos "negociadores socialistas" para as nomeações dos altos cargos da UE e esteve em Bruxelas a participar nas conversações entre os líderes europeus.
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