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Compromisso sobre o nome da Macedónia junta milhares em protesto na Grécia

por Lusa

Dezenas de milhares de opositores ao compromisso sobre o nome da Macedónia admitido pelo governo grego concentraram-se hoje à tarde em Atenas, foram 140.000 segundo a polícia, 10 vezes mais de acordo com os organizadores.

A Grécia tem rejeitado para o país vizinho o nome constitucional de República da Macedónia desde a declaração da independência -- anunciada por Skopje em setembro de 1991 na sequência da desagregação da Jugoslávia --, com o argumento de que essa designação constitui parte integrante da herança cultural helénica, e pelo receio de reivindicações territoriais na província do norte da Grécia com o mesmo nome.

No início de janeiro, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, admitiu que o contencioso poderia ser solucionado no primeiro semestre de 2018.

Com centenas de bandeiras gregas, os manifestantes gritaram `slogans` como "A Macedónia é grega" e "Não partiremos enquanto não conseguirmos justiça".

O ponto alto da concentração na praça Syntagma, palco de todas as grandes manifestações, foi o discurso do músico e ícone da resistência Mikis Théodorakis, 92 anos, que raramente aparece em público.

Numa cadeira de rodas, o compositor da música do filme "Zorba, o grego" apelou a um referendo sobre o nome da Macedónia.

Após desconhecidos terem lançado no sábado tinta vermelha sobre a sua casa no centro histórico de Atenas, Théodorakis considerou que "defender os direitos do povo (grego), não é nacionalismo, é patriotismo".

Skopje tem negado qualquer ambição territorial e, a nível internacional, o pequeno país balcânico tem sido apresentado como Antiga República Jugoslava da Macedónia (FYROM).

A manifestação foi organizada e financiada sobretudo por grupos da diáspora grega, associações de militares na reserva, grupos religiosos e associações culturais da Macedónia grega.

No final da concentração, o gabinete de Tsipras reagiu, considerando que "a grande maioria dos gregos, independentemente das suas opiniões, (...) concorda que as principais questões da política externa não devem ser resolvidas com fanatismo e intolerância".

 

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