Conselho militar sudanês pede a manifestantes para desimpedirem estradas e pontes

por Lusa

O conselho militar de transição que lidera atualmente o Sudão apelou hoje aos manifestantes para deixarem de obstruir estradas e pontes bloqueadas desde o passado dia 06 de abril.

Através de um comunicado, o conselho militar assinalou que o bloqueio de estradas e a limitação da circulação de comboios "afeta negativamente" os cidadãos, considerando que estas ações são "inaceitáveis".

Desse modo, a junta militar pediu a abertura imediata de estradas e passagens para ativar o transporte por todo o país.

Várias estradas e pontes que ligam a capital, Cartum, à cidade de Bahari, estão bloqueadas pelos manifestantes com barricadas e postos de controlo estabelecidos no passado dia 06 de abril.

Apenas uma das pontes pode ser atravessada por automóveis, enquanto o acesso a veículos pesados entre Cartum e Bahari foi cortado pelos manifestantes.

A linha ferroviária entre Cartum e os estados de leste e oeste do país também foi interrompida há cerca de duas semanas.

Este pedido surge depois de, no domingo, a oposição sudanesa ter anunciado as negociações com o conselho militar de transição, que governa o Sudão desde a destituição do ex-Presidente sudanês, Omar al-Bashir, em 11 de abril, e referido que irá intensificar os protestos.

A oposição pressiona tem pressionados os militares do conselho de transição, apoiando uma transição liderada por civis.

Omar al-Bashir foi destituído depois de mais de quatro meses de contestação popular, inicialmente motivada pelo aumento dos preços do pão e de outros bens essenciais.

Os protestos acabaram por transformar-se num movimento contra Al-Bashir, que liderava o país desde 1989, quando chegou ao poder através de um golpe de Estado.

Al-Bashir, que se encontra preso em Cartum, capital do Sudão, é alvo de dois mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante o conflito em Darfur (oeste do Sudão).

De acordo com as Nações Unidas, o conflito causou mais de 300.000 mortos desde 2003 e obrigou cerca de 2,5 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas.

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