O consulado do Canadá em Hong Kong anunciou hoje a suspensão de viagens de funcionários para fora da cidade, incluindo para a China continental.
A decisão acontece depois do Governo chinês ter confirmado a detenção de um funcionário do consulado britânico em Shenzhen, zona económica especial chinesa adjacente a Hong Kong.
Em comunicado, o consulado do Canadá indicou que, "neste momento, a equipa contratada localmente não realizará viagens (...) oficiais fora de Hong Kong".
O funcionário do consulado britânico em Hong Kong, que desapareceu na China continental no início de agosto, foi detido por "solicitar prostitutas", avançou a imprensa estatal chinesa, uma acusação rejeitada pela família do jovem, que considerou "serem fabricadas".
A família disse que Cheng foi a Shenzhen, em 08 de agosto, para uma reunião de negócios, mas e passou a estar incontactável quando atravessava a fronteira para Hong Kong.
O Reino Unido e a China têm trocado algumas acusações, à margem dos quase três meses de protestos na antiga colónia britânica.
Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
No início do ano, a China deteve um empresário e um antigo diplomata canadianos, após a diretora financeira do grupo de telecomunicações chinês Huawei, Meng Wanzhou, ter sido detida em Vancouver.
A detenção, efetuada no Canadá, foi feita a pedido dos Estados Unidos por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, numa violação da lei.
Os dois cidadãos canadianos permanecem detidos por "prejudicarem a segurança nacional".