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Coreia do Norte regressa à lista de "Estados apoiantes do terror"

por Graça Andrade Ramos - RTP
Donald Trump na Casa Branca ao lado do secretario de Estado Rex Tillerson, segunda-feira 20 de novembro. Kevin Lamarque - Reuters

"Hoje, os Estados Unidos da América designam a Coreia do Norte como um Estado patrocinador do terrorismo", anunciou o Presidente Donald Trump, a partir da Casa Branca. "Já devia ter acontecido isto há muito tempo, devia ter sido feito há anos", acrescentou.

A Coreia do Norte foi removida da lista pelo Presidente George W.Bush em 2008.

"Além de ameaçar o mundo através de ameaças de devastação nuclear, a Coreia do Norte tem repetidamente apoiado atos de terrorismo internacional, incluindo assassínios em países estrangeiros", explicou Trump, lembrando vítimas "da opressão norte-coreana", como Otto Warmier.

"Esta designação irá impor mais sanções e castigos à Coreia do Norte e pessoas com ela relacionadas e apoia os esforços de pressão da campanha de isolamento do regime assassino" explicou o Presidente, referindo-se ao Governo do Presidente Kim Jong Un, sem o nomear.

"Amanhã, o Departamento do Tesouro irá anunciar uma sanção adicional" à Coreia do Norte, revelou Trump, acrescentando que, quando estiver concluído "num período de duas semanas", "este será o maior nível de sanções" jamais imposto pelos EUA à Coreia do Norte.

O Presidente não revelou a natureza das sanções a serem impostas.

"O regime norte-coreano deve ser legal, tem de por fim ao seu programa ilegal de desenvolvimento de mísseis balísticos nucleares, e abandonar todos os apoios ao terrorismo internacional", concluiu o Presidente norte-americano.

Este é o mais recente sinal da tensão crescente entre Pyongyang e Washington.

O anúncio foi feito por Donald Trump durante uma reunião pública do seu gabinete na Casa Branca mas já na sua recente viagem, à Ásia, a ideia de castigos a Pyongyang andava no ar.
O caso Otto Warmbier
A Administração Trump olha para o Governo de Kim Jong Un como um Estado desonesto e falso. O Presidente referiu-se-lhe num discurso na Coreia do Sul como um país fora de controlo e Kim Jong Un como um homem maníaco e transtornado.

"O regime tem realizado muitas incursões letais na Coreia do Sul, tentado assassinar líderes, atacando navios sul coreanos e torturando Otto Warmbier, de que resultou finalmente a morte desse óptimo rapaz", disse então Donald Trump.

Otto Warmbier foi um estudante norte-americano condenado a 15 anos de trabalho forçados na Coreia do Norte por "atos hostis contra a República Democrática da Coreia do Norte". Terá tentado furtar um poster de propaganda do seu quarto de hotel, durante umas férias na Coreia do Norte em janeiro dee 2016.

Um mês após a sua condenação, Otto terá contraído um problema neurológico de origem desconhecida. PyongYang só revelou a sua condição em junho de 2017, acrescentando que ele estava em coma.

Otto acabou por ser repatriado nesse mês ao fim de 17 meses de detenção, e morreu num hospital de Cincinatti seis dias depois de voltar aos EUA sem recuperar a consciência. Os médicos norte-americanos nunca identificaram a causa do problema.

Desde 1996 foram detidos na Coreia do Norte 16 cidadãos norte-americanos. Três estão ainda ali detidos.

Fontes da Casa Branca referiram que, ao retirar a Coreia do Norte da lista de estados apioantes de terrorismo, "a anterior Administração" esperava "atrair Pyongyang a reverter as suas ameaças. E claro que isso não resultou."
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