Coreia do Norte vê "nazismo" na política "América primeiro" de Donald Trump

por Lusa
KCNA/Reuters

A Coreia do Norte criticou este domingo a política "América primeiro" do Presidente norte-americano, Donald Trump, num despacho publicado pela agência de notícias oficial, qualificando-a como "nazismo" do século XXI.

"A ideia [da política "América primeiro"] é a versão norte-americana do nazismo, superando de longe os movimentos fascistas do século passado na sua natureza feroz, brutal e chauvinista", diz um breve texto publicado pela agência noticiosa norte-coreana KCNA.

Através desta política, Washington não reconhece o direito "à independência e ao desenvolvimento" de outras nações, como a Coreia do Norte, diz o texto.
"Sufocar" através da "agressão extrema"
Para Pyongyang, a política nacionalista defendida por Donald Trump procura "sufocar" outros países em benefício próprio, através da "agressão extrema", tal como quis fazer Adolf Hitler.

A nota da KCNA chega depois de Trump ter, na segunda-feira, voltado a elevar o tom da sua retórica relativamente à Coreia do Norte.

Nas declarações proferidas após um encontro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o Presidente dos Estados Unidos afirmou que o regime de Kim Jong-un "está a criar problemas tremendos", os quais devem "ser resolvidos com rapidez".

Trump tem previsto receber, esta semana, em Washington, o recém-empossado Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, num encontro em que o programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte será um dos principais pontos em destaque.

Donald Trump tem advogado por exercer "máxima pressão" sobre Pyongyang, enquanto Seul, sob a nova liderança, parece apostar numa aproximação mais incondicional, apesar de manter os duros pacotes de sanções impostos à Coreia do Norte pelas Nações Unidas.

Ao longo dos últimos meses, o regime norte-coreano tem insistido na realização de testes de mísseis e reiterado que o programa nuclear é inegociável, o que tem contribuído para agudizar o clima de tensão na região.
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