Coreias anunciam restabelecimento de comunicações

por Lusa
A imagem é de 2018 num encontro entre os líderes das duas Coreias Reuters

As duas Coreias restabeleceram esta segunda-feira as comunicações depois do Norte as ter cortado unilateralmente em agosto, anunciou a agência noticiosa oficial norte-coreana KCNA.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un "manifestou a sua intenção de restaurar os canais de comunicação cortados entre o Norte e o Sul", informou a KCNA esta segunda-feira de manhã, acrescentando que a decisão visava estabelecer uma "paz duradoura" na península coreana.

"Os organismos competentes decidiram restabelecer todos os canais de comunicação Norte-Sul a partir das 9h00 (00h00 em Lisboa) do dia 4 de outubro", disse a agência.

Também o Ministério da Unificação de Seul já anunciou que os funcionários de ligação das duas Coreias trocaram mensagens através de um canal de comunicação transfronteiriço.

As comunicações, que foram suspensas e retomadas repetidamente durante vários meses, serão restauradas alguns dias depois de Pyongyang ter efetuado o lançamento de mísseis, o que motivou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

A Coreia do Norte tinha cortado unilateralmente todos estes canais oficiais de comunicação militar e política em junho de 2020 após ter denunciado o envio de panfletos de propaganda anti-Pyongyang para o seu território por militantes sediados no Sul.

Um ano mais tarde, a 27 de julho de 2021, as duas Coreias anunciaram um descongelamento nas suas relações com o restabelecimento destas comunicações transfronteiriças.

A decisão, revelada no aniversário do fim das hostilidades da Guerra da Coreia, foi o primeiro anúncio positivo desde uma série de cimeiras em 2018 entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano Kim Jong-un.

Os dois líderes tiveram a sua primeira conversa telefónica nesse dia e ambos os lados revelaram uma troca de cartas desde abril entre Kim e Moon, na qual acreditavam que o restabelecimento de uma linha telefónica entre eles seria um primeiro passo no estabelecimento das relações entre os dois países, que tecnicamente ainda estão em guerra.

No entanto, este desanuviamento não durou, uma vez que Pyongyang, irritado pelos exercícios militares conjuntos dos EUA com o vizinho deixou de responder às chamadas duas semanas mais tarde.

Desde então, Pyongyang anunciou o disparo de um míssil de cruzeiro de longo alcance, seguido de um míssil hipersónico e, na sexta-feira, de um míssil antiaéreo.

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