Coronavírus. Irão anuncia dois mortos

por RTP
Pessoas de máscara devido à epidemia de coronavírus, junto à N Seul Tower em Seul, Coreia do Sul, a 19 de fevereiro de 2020 Reuters

Teerão anunciou esta quarta-feira as duas primeiras mortes devido ao COVID-19. Junta-se assim a outros quatro países e territórios, além da China, a reportarem fatalidades devido ao surto - Hong Kong, Japão, Filipinas e França.

De acordo com a agência de notícias iraniana, IRNA, um conselheiro do ministério da Saúde, Alireza Vahabzadeh, as vítimas são dois cidadãos idosos, já identificados como portadores do vírus e residentes em Qom, a cerca de 140 quilómetros a sul da capital, Teerão.

Em declarações à agência Mehr, o reitor da Universidade de Ciências Médicas revelou que "dois iranianos, que testaram positivo para o novo coronavírus esta manhã, morreram de doença respiratória".

O porta-voz do Ministério da Saúde iraniano, Kianush Jahanpur, confirmou as fatalidades na rede Twitter.

Os dois casos tinham sido confirmados poucas horas antes, como os primeiros registados no país, de acordo com a agência semi-oficial de notícias ISNA.

Um responsável do ministério da Saúde iraniano, Kiyanoush Jahanpour, havia revelado que "nos últimos dois dias foram encontrados alguns casos suspeitos do novo coronavírus", de acordo com a ISNA.

O Irão aplicou diversas medidas de segurança nos aeroportos no início da epidemia, para controlar as entradas no país e de forma a evitar o contágio.
Infeção alastra
Já foram reportadas 2012 mortes, a maioria na China continental, permencendo esta região a mais afetada do mundo. Hong Kong registou entretanto uma segunda morte, um homem de 70 anos, diagnosticado com o vírus a 14 de fevereiro.

Quando estão confirmados mais de 75 mil casos confirmados de infeção a nível global, Japão, Singapura e Coreia do Sul registaram subidas no número de casos.

Na Coreia do Sul, houve uma pequena explosão do surto, com mais de 20 casos positivos a serem reportados nas últimas horas. São agora 51 casos no total, a maioria localizados em Daegu.

No Japão, os passageiros que testaram negativo para o vírus já começaram a sair do cruzeiro Diamond Princess, depois de 14 dias de quarentena.

A embarcação registou mais de 600 casos de infeção e vários países estão a evacuar os seus cidadãos devido ao número crescente de casos confirmados. Todos eles serão colocados em quarentena.

O desembarque não é bem visto por todos. A embaixada norte-americana em Tóquio emitiu um comunicado crítico da saída dos passageiros em Yokohama, devido ao grande risco de contágio.
Receios em África
No Médio Oriente, foram até agora reportados nove casos nos Emirados Árabes Unidos, sete dos quais cidadãos chineses, um cidadão indiano e outro filipino.

O Ministério da Saúde do Egito confirmou o seu primeiro caso na sexta-feira, igualmente o primeiro  confirmado no continente africano.

Trata-se de um cidadão estrangeiro, portador assintomático mas cujos testes deram positivo e que foi isolado. Não foram disponibilizados mais elementos de identificação do paciente nem revelado o ponto e o modo de entrada no país.

Especialistas e líderes africanos já expressaram receios quanto à possível disseminação do COVID-19 no continente, especialmente entre os países mais pobres e com menos recursos sanitários.

O setor de Logística da Organização Mundial de Saúde começou a distribuir no dia 14 de fevereiro, testes de laboratório para o novo coronavírus a 56 países. Três dias depois, já tinham sido expedidas 37 cargas, para 34 países e três sedes regionais da OMS.
Alerta do FMI
A diretora do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, afirmou esta quarta-feira que o surto de COVID-19 é "a incerteza mais preocupante" para a economia global. O impacto irá depender da forma como os líderes mundiais conseguirão conter a disseminação do vírus, acrescentou.

"Existem uma série de cenários, dependendo da velocidade de contenção do contágio do vírus", afirmou Georgieva. Se for contido rapidamente, acrescentou, o crescimento do PIB chinês será afetado, mas apenas ligeiramente e as consequências serão mínimas.

"No entando, um surto mais grave e mais longo irá resultar num abrandamento do crescimento da China, mais severo e prolongado. O impacto global seria amplificado, através de perturbações nas cadeias de abastecimento e uma quebra mais acentuada da confiança dos investidores, especialmente se a epidemia alastrar para além da China", vaticinou a responsável do FMI.
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