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Covid-19. Bolsonaro conta com "novos estudos" para recusar vacina

por RTP
Ueslei Marcelino - Reuters

O Presidente do Brasil afirma estar a usar "novos estudos" para não se vacinar contra a Covid-19, garantindo ter uma proteção contra a doença porque já foi infetado e a sua imunidade "está no topo". A afirmação de Jair Bolsonaro surge numa altura em 100 milhões de brasileiros já foram totalmente inoculados contra a doença.

“Em relação à vacina, decidi não tomá-la. Estou vendo novos estudos”, afirmou Bolsonaro, em declarações à emissora de rádio Jovem Pan e reproduzidas pelos media locais.A Covid-19 já causou mais de 600 mil mortes no Brasil e foram infetadas 21,6 milhões de pessoas.

“Por que vou tomar vacina? Seria o mesmo que jogar 10 reais na lotaria para ganhar 2”, insistiu.

As declarações do Presidente brasileiro seguem a linha negacionista que mantém desde o início da pandemia do novo coronavírus num país que tem o segundo maior número de mortes por Covid-19, depois dos Estados Unidos da América.


Ao contrário de seu Presidente, 100 milhões de brasileiros estão completamente vacinados contra a Covid-19.

Jair Bolsonaro não especificou a quais "novos estudos" se referia para descartar tomar a vacina contra o SARS-CoV-2, mas reiterou que o facto de ter sido infetado garante que tenha anticorpos suficientes, ao contrário da opinião dos especialistas.

Em declarações anteriores, Bolsonaro, de 66 anos, disse que seria o último brasileiro a ser vacinado contra a doença, opinião que parece ter mudado agora ao afirmar que não se vacinará.

No entanto, a sua mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu recentemente a vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos, o que gerou críticas no Brasil por recorrer ao sistema de saúde de outro país.

“Para mim, a liberdade vem em primeiro lugar. Se um cidadão não quer ser vacinado, é seu direito e não existe mais”, insistiu Bolsonaro.100 milhões já foram vacinados
O Brasil registou ontem 176 óbitos devido à Covid-19 e atingiu a menor média diária de mortes (316) desde abril de 2020, num momento em que 100 milhões de brasileiros estão totalmente vacinados contra a doença.

"100 milhões de brasileiros estão completamente vacinados contra a Covid-19. É isso mesmo! (...) O número corresponde a 62,5 por cento do público-alvo imunizado com as duas doses da vacina ou com o imunizante de dose única. Mais uma marca importante para a nossa Campanha Nacional de Vacinação", anunciou o Ministério da Saúde brasileiro na rede social Twitter.

Em relação à primeira dose, foram vacinados 93,7 por cento do público-alvo (maiores de 18 anos), segundo dados oficiais.

“Caminhamos muito desde o início da campanha de vacinação, mas precisamos avançar ainda mais. Por isso, convido a todos os brasileiros que ainda não tomaram a segunda dose da vacina que volte ao posto de vacinação para completar o esquema vacinal. Só vacinados venceremos o vírus e voltaremos ao nosso normal”, apelou o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga.

Nas últimas 24 horas, o Brasil, com 213 milhões de habitantes, contabilizou 7.852 casos de infeção, totalizando 21.597.949 diagnósticos positivos de SARS-CoV-2 e 601.574 vítimas mortais.

A forte queda nos números da pandemia hoje registada está associada ao feriado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado na terça-feira, que teve impacto no reduzido número de profissionais de saúde a trabalhar nos municípios do país e, consequentemente, nos registos da doença.

A taxa de incidência da doença em território brasileiro permanece em 286 mortes por 100 mil habitantes e a taxa de casos é agora de 10.278.

c/Lusa
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