Covid-19. Brasil ultrapassa Itália e torna-se no terceiro país com mais mortes

por Mário Aleixo - RTP
Os números relativos à Covid-19, no Brasil, continuam a ser pouco animadores Sebastião Moreira - EPA

O Brasil ultrapassou na quinta-feira a Itália e tornou-se no terceiro país do mundo com mais mortes pela Covid-19, após atingir um novo recorde diário de 1473 óbitos nas últimas 24 horas, segundo dados oficiais.

No total, o país sul-americano, que tem uma população estimada em 210 milhões de habitantes, contabiliza 34.021 vítimas mortais e 614.941 casos confirmados.

Do total de infetados, 30.925 foram registados nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde,

Atualmente, em relação ao número total de mortes, o Brasil está apenas atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido, e ocupa a segunda posição mundial face ao número de casos diagnosticados, segundo o portal Worldometer, que compila quase em tempo real informações da Organização Mundial da Saúde, dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgãos de informação.
A Itália, que foi um dos epicentros da pandemia na Europa, tem agora 33.689 vítimas mortais.

O país sul-americano investiga ainda a eventual relação de 4159 mortes com a doença de Covid-19, num momento em que 254.963 pacientes infetados já recuperaram e 325.957 continuam sob acompanhamento.

Tendo em conta os dados de quinta-feira, a Covid-19 já mata mais de um brasileiro por minuto.

O aumento no número de mortes e infetados ocorre num momento em que governadores e prefeitos têm anunciado a flexibilização das medidas de isolamento social, como em São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas ou Distrito Federal.

São Paulo, foco da covid-19 no país, concentra oficialmente 129.200 casos de infeção e 8560 mortos, sendo seguido pelo Rio de Janeiro, que totaliza 60.932 pessoas diagnosticadas e 6327 óbitos.

Todas as 27 unidades federais do Brasil já ultrapassaram os mil casos da doença causada pelo novo coronavírus.
Mudança de estratégia
Nas últimas semanas, a tutela da Saúde do Brasil tem alterado a forma como divulga os dados referentes à pandemia. As conferências de imprensa, que anteriormente ocorriam diariamente, passaram a acontecer em dias intercalados, e várias horas antes do executivo divulgar os números referentes à evolução diária da Covid-19.

Também o horário em que os números passaram a ser divulgados alterou. Desde o início de maio, os dados passaram a ser divulgados depois das 19:00 (hora local, 23:00 em Lisboa). Contudo, nos últimas dois dias, a pasta da Saúde atualizou as informações diárias referentes à Covid-19 pelas 2h00 de seta-feira em Lisboa.

Na quinta-feira, o secretário substituto de vigilância em saúde do Ministério, Eduardo Macário, criticou a imprensa pela divulgação dos "recordes de mortes" e por enumerarem os países mais afetados.

"Acho lamentável falar de 'ranking'. (...) Nem todos os óbitos ocorrem no mesmo dia. Não estou a menosprezar a importância de informação, de casos e óbitos. Somente não concordo com essa colocação", disse Macário em conferência de imprensa.
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