Covid-19. Desemprego nos EUA permanece em níveis históricos

por RTP
Esta semana, 963 mil pessoas nos EUA pediram o subsídio de desemprego. Bryan Woolston - Reuters

O mercado de trabalho nos Estados Unidos continua a sofrer o profundo impacto da pandemia de Covid-19. Apesar de, pela primeira vez nas últimas 20 semanas, o número de americanos a candidatarem-se ao subsídio de desemprego ter ficado abaixo de um milhão, os pedidos permanecem a níveis históricos.

Desde meados de março, quando o novo coronavírus obrigou a economia norte-americana a parar, todas as semanas milhões de cidadãos pediram apoios após terem ficado sem emprego. Esta semana é a primeira desde então com menos de um milhão de pessoas nessa situação: foram 963 mil os que se candidataram ao subsídio.

Ainda assim, os números continuam a níveis históricos. Antes da pandemia, eram cerca de 200 mil por semana os pedidos de subsídio de desemprego. O anterior recorde tinha sido registado em 1982, quando numa semana 685 mil pessoas em todo o país ficaram desempregadas.

Os mais recentes números surgem num momento em que o aumento de 600 dólares no subsídio de desemprego de milhões de americanos chegou ao fim. Este aumento excecional tinha sido aprovado pelo Congresso em março e terminou no mês passado.

O Congresso encontra-se agora num impasse quando a uma possível extensão deste aumento. Donald Trump autorizou, entretanto, uma subida de 400 dólares por semana nos subsídios, mas a medida poderá levar meses até ser implementada. Em alguns Estados pode nem chegar a ser cumprida, uma vez que cabe aos mesmos contribuir monetariamente para este plano e alguns não têm verbas suficientes.
Economistas receiam segunda onda de despedimentos
A esperança reside agora na subida que se tem verificado no número de postos de trabalho disponíveis. Em julho foram criados mais 1,8 milhões de empregos e a taxa de desemprego caiu de 11,1 por cento para 10,2.

A maioria dos cargos são na área da restauração e atividades de lazer, que durante o período mais crítico da pandemia tiveram de encerrar, despedindo ou colocando em lay-off milhões de pessoas, e agora, aos poucos, vão reabrindo.

A falta de dinheiro dos governos locais e estaduais continua a preocupar os economistas, que antecipam uma nova onda de demissões caso a situação pandémica não comece a melhorar. Os peritos alertam, aliás, que a subida de postos de trabalho foi pouca na grande maioria dos setores.

“Os empregos para trabalhadores mais qualificados nas áreas dos negócios/serviços profissionais estão a ter um progresso lento no geral e estão mesmo a diminuir em serviços de informática, gestão e publicidade”, explicou a economista da agência Moody’s Sophia Koropeckyj, citada pelo Guardian.

“Estes são os efeitos secundários de uma economia em stress”, acrescentou.
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