Covid-19. EMA quer vacinas específicas contra a Ómicron para aumentar proteção

por Graça Andrade Ramos - RTP
A Moderna Inc prometeu a 23 de junho ter pronta em breve uma vacina incluindo as cepas da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a Covid-19 Mike Segar - Reuters

As vacinas contra o coronavírus que provoca a Covid-19 modificadas para incluir as cepas da variante Ómicron conseguem aumentar e alargar a proteção de vacinas utilizadas como reforço. A conclusão foi publicada esta sexta-feira pela EMA, a Agência Europeia do Medicamento.

Após uma reunião dos reguladores europeus na quinta-feira, a EMA anunciou que houve consenso quanto aos princípios chave para atualizar as vacinas contra a Covid-19, de forma a dar resposta às variantes do coronavírus que estão a emergir e que se mostram mais resistentes aos anticorpos.

Apesar das vacinas já existentes providenciarem uma proteção adequada contra a hospitalização e a morte, a EMA reconhece que as novas variantes têm tido um impacto na eficácia vacinal.

Por essa razão, um reforço específico ou abrangente [que misture as novas cepas com o coronavirus original] poderia “aumentar e alargar” a proteção, refere a EMA em comunicado.A recomendação refere-se especificamente às vacinas mRNA. Tanto a Pfizer Inc como a Moderna Inc têm estado a testar estas novas versões que incluem a Ómicron

Vacinas que incluem outras variantes, como a Beta, poderão igualmente ser consideradas reforço caso os dados de testes clínicos comprovem um nível adequado de neutralização contra a Ómicron e outras capas preocupantes, referiu a EMA.

As recomendações da Agência Europeia seguem linhas orientadoras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde especificamente quanto à possibilidade das vacinas anti Ómicron restaurarem os níveis de proteção contra variantes emergentes.

A EMA não seguiu contudo o exemplo do regulador norte-americano, a Administração para a Alimentação e Medicamentos, FDA, que quinta-feira anunciou pretender a inclusão, nas vacinas a usar no país, especificamente das variants BA.4 e BA.5 da Ómicron, responsáveis pela maioria dos mais recentes surtos de Covid-19 a nível global.

A OMS afirmou igualmente quinta-feira que dá preferência a vacinas de reforço baseadas na cepa BA.1 da variante Ómicron, explicando que esta é distinta das restantes e poderia provocar por isso uma resposta imunitária mais abrangente do que as subvariantes atualmente em circulação.

A BA.1 da Ómicron foi responsável pelos surtos do inverno passado em todo o planeta.

O diretor da FDA, Peter Marks, referiu que a OMS prefere as vacinas com esta cepa por poderem ser obtidas mais rapidamente do que as baseadas nas BA.4/5 que os Estados Unidos planeiam usar.

A EMA prometeu novos detalhes nos próximos dias.
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