O Governo espanhol corrigiu esta segunda-feira o número de óbitos desde o início da pandemia para 26.834 mortos, menos 1.918 óbitos que o balanço do dia anterior. As autoridades sanitárias explicam que a enorme discrepância nos números se deve a um novo sistema de contabilização que elimina duplicações e elimina os casos de mortes que foram atribuídas ao novo coronavírus. Mas admitem que vão continuar a verificar se estes números "estão corretos".
O número de casos confirmados também foi revisto, tendo passado de 235.772 no domingo para 235.400 esta segunda, bem como o número de doentes hospitalizados desde março, que passou de 124.845 no domingo para 122.439, na segunda-feira.
No entanto, desde então, existe uma nova estratégia de contabilização dos dados, que requer das comunidades autónomas uma notificação individual e diária dos casos confirmados. O novo sistema levou à retificação de duplicações ou eliminou casos que tinham sido indevidamente identificados.
“Estamos satisfeitos com a crescente qualidade da informação disponível, o que nos permite tomar melhores decisões”, acrescentou Fernando Simón, diretor do Centro de Alertas e Emergências Sanitárias, do Ministério espanhol da Saúde,
Reconhece, ainda assim, que uma variação de 1.918 óbitos “é muito significativa”. “Estamos a tentar verificar se os números estão corretos. Neste momento são os números que temos”, acrescentou, admitindo que a discrepância “poderá persistir por vários dias”.
“Isto é algo que acontece durante uma epidemia. Quando a evolução de uma epidemia nos dá mais algum tempo, conseguimos corrigir alguns números e, em alguns casos, temos de os retificar”, disse ainda o responsável espanhol, citado pela agência France Presse.
Dos 1.918 óbitos retirados da contabilização total, mais de 1.100 estavam atribuídos à comunidade da Catalunha, que nos últimos dias reviu em baixa os números regionais por várias vezes.
Segundo o jornal El País, outras comunidades também reviram em baixa a contabilização do número de óbitos, ainda que de forma menos significativa que a Catalunha: por exemplo, em Madrid, surgem menos 291 mortes no relatório desta segunda-feira, em Castela-Mancha, menos 152 mortes e na Comunidade Valenciana menos 62 mortes.
A revisão dos números não se fica por aqui: foram acrescentados mais 50 óbitos em relação a domingo, mas essas mortes não ocorreram nas últimas 24 horas, e sim nos últimos sete dias.
Esta atualização dos dados é feita no dia em que várias regiões espanholas – Madrid, Barcelona e Castela e Leão, as mais atingidas pela pandemia – passaram à “fase um” do plano de desconfinamento do Governo, com o alívio de algumas das medidas de controlo.
A partir de hoje, e tal como no resto de Espanha desde há duas semanas, passa a ser permitida a abertura de esplanadas ou ajuntamentos em casa ou no exterior até dez pessoas, garantindo ainda assim o distanciamento social.
Espanha tem seguido um ritmo lento ao nível do desconfinamento. Na semana passada, o Governo de Pedro Sánchez conseguiu fazer aprovar no Congresso dos Deputados o prolongamento do estado de emergência por mais duas semanas, até 6 de junho.
A partir de hoje, e tal como no resto de Espanha desde há duas semanas, passa a ser permitida a abertura de esplanadas ou ajuntamentos em casa ou no exterior até dez pessoas, garantindo ainda assim o distanciamento social.
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