Os protestos contra a política "zero covid" na China continuam e, depois de se terem registado alguns confrontos entre manifestantes e autoridades, no fim de semana, o principal órgão de segurança chinês apelou à "repressão" das "forças hostis". Perante o endurecimento das medidas e de atuação das autoridades em relação aos protestos pacíficos, que decorrem em todo o país, Estados Unidos e Canadá defenderam o direito da população chinesa em expressar o seu descontentamento, face aos bloqueios apertados de combate à pandemia, e pediram que Pequim não "prejudicasse" ou "intimidasse" os manifestantes.
Human’s crave freedom.
— Collin Rugg (@CollinRugg) November 27, 2022
We must stand with the people of China. God bless them.pic.twitter.com/mM8uzcHg8V
Segundo as autoridades, é fundamental "reprimir resolutamente e de acordo com a lei ações criminosas que procuram quebrar a ordem social e proteger com determinação a estabilidade social".
Além disso, Pequim decidiu intensificar a vacinação dos idosos contra a covid-19, de maneira a poder abrandar as restrições e evitar aumento de mortes devido à doença ou a sobrecarga dos sistemas de saúde.
Face a estes anúncios do Governo de Xi Jinping, o Ocidente reagiu. Na terça-feira, o porta-voz do Departamento de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que Washington defende os “manifestantes pacíficos”.
“Não queremos ver manifestantes fisicamente agredidos, intimidados ou coagidos de alguma forma. É disso que se trata o protesto pacífico e é isso que continuamos a defender, seja na China, no Irão, ou em qualquer outro lugar no mundo”, afirmou Kirby em entrevista à CNN.
Na mesma linha, o primeiro-ministro do Canadá, Justin trudeau, considerou que toda a gente devia poder protestes e desfrutar da liberdade de expressão, garantindo que o Governo canadiano tem acompanhado os protestos contra as políticas apertadas da China.
No entanto, estes protestos, numa escala inédita no país desde as manifestações pró-democracia de 1989, são apenas o culminar de meses de crescente descontentamento popular.
Recorde-se que, ao abrigo da política de zero covid, a China impõe o bloqueio de bairros ou cidades inteiras, a realização constante de testes em massa e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos em instalações designadas, muitas vezes em condições degradantes.