Covid-19. Portugal passa a exigir testagem a passageiros vindos da China

por RTP
Eric Gaillard - Reuters

A partir da meia-noite deste sábado, os passageiros em voos oriundos da China serão sujeitos a "testagem aleatória, mas de caráter obrigatório". Já a partir de 8 de janeiro, os passageiros de voos provenientes da China terão de apresentar teste negativo no momento do embarque.

A medida entra em vigor a partir de sábado, 7 de janeiro, "face à situação epidemiológica da Covid-19 na China", esclarece o Ministério da Saúde em nota enviada à comunicação social. 

"Os passageiros de voos provenientes da China serão sujeitos a testagem aleatória, mas de carácter obrigatório, para sequenciação genómica das variantes em circulação, por forma a contribuir para o conhecimento científico e a adequada avaliação da situação epidemiológica", lê-se na nota enviada às redações.

A testagem será já aplicada aos passageiros do voo proveniente da China que aterra este sábado em Lisboa.
Já a partir das 00h00 de dia 8 de janeiro de 2023, os passageiros oriundos da China "terão de apresentar, no momento do embarque, um teste negativo, PCR ou TRAg, realizado no máximo até 48 horas antes do início do voo".

"As companhias áreas são responsáveis pelo cumprimento da medida no embarque", acrescenta o Ministério.

De igual forma, serão também aplicados "mecanismos de monitorização de águas residuais" no Aeroporto Internacional Humberto Delgado e nas aeronaves provenientes da China.

"Os passageiros e tripulação de voos com origem e destino na China, devem usar máscara durante o voo e reforçar as medidas de higiene, designadamente lavagem e desinfeção das mãos", lê-se ainda na nota.

A medida adotada pelo Ministério da Saúde português surge depois de a União Europeia, na quarta-feira, ter encorajado "fortemente" os Estados-membros a exigirem um teste negativo para a covid-19 aos passageiros oriundos da China. Portugal junta-se assim a Áustria, Alemanha, Suécia e Bélgica, que já tinham anunciado que vão exigir testes aos viajantes oriundos da China.

Tal como recorda o Ministério da Saúde na sua nota, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) considerou na sua última avaliação, a 22 de dezembro de 2022, que "não é de prever que o aumento do número de casos de COVID-19 na China tenha impacto na situação epidemiológica da União Europeia (UE), considerando a cobertura vacinal da população, o conhecimento e preparação dos sistemas de saúde".

Ainda assim, recorda que "neste período, em que há maior quantidade de vírus respiratórios em circulação, as autoridades de saúde recomendam a adoção de medidas de proteção individual.

Pela primeira vez desde março de 2020, a China vai abrir as suas fronteiras no próximo domingo, o que fez com que vários países decidissem exigir um teste negativo à covid-19 aos viajantes oriundos daquele país para entrar nos seus territórios.

França, Espanha, Japão e Estados Unidos, entre outros países, já tinham decidido ao longo dos últimos dias exigir testes a viajantes da China, e Marrocos anunciou mesmo a proibição da entrada de viajantes vindos da China.

Pequim considerou estas medidas inaceitáveis e alertou para “contramedidas”.

A China está a enfrentar um surto pandémico depois de ter posto fim à política covid zero, que esteve em vigor durante quase três anos. Pequim desmantelou a controversa política que manteve o vírus SARS-CoV-2 sob controlo nos últimos anos devido à vaga de protestos no país e às crescentes preocupações com o impacto de tais medidas na economia nacional.

Especialistas estimam que um total de 600 milhões de pessoas tenham sido infetadas com covid-19 na China ao longo do último mês, o que equivale a 40 por cento da população.

c/agências
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