Covid-19. Venezuela regista maior número de casos em 24 horas após 70 dias de confinamento

por Mário Aleixo - RTP
O número de casos de Covid-19 está a aumentar na Venezuela Miguel Gutierrez - EPA

A Venezuela registou, no domingo, 111 novos casos da covid-19 em 24 horas, elevando para 1.121 o número de contágios, após 70 dias de confinamento.

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que 73 dos novos casos foram importados da vizinha Colômbia, por pessoas entraram no país por fronteiras terrestres, nos estados de Apure, Táchira e Zúlia.

O número de pessoas que recuperaram da doença é de 262 e há dez mortes associadas à Covid-19.

Nicolás Maduro voltou a acusar o homólogo colombiano, Iván Duque, de ter um plano para infetar com a covid-19 a Venezuela, através de venezuelanos que regressaram da Colômbia.

"Está provado que os autocarros foram contaminados, para que os venezuelanos regressem doentes ao país. É uma ordem de Iván Duque. A Venezuela é um país assediado pela maldade", disse Maduro à televisão estatal venezuelana.

Por outro lado, o chefe de Estado venezuelano alertou que apenas 60% da população está a cumprir a quarentena social preventiva da Covid-19.
Novas medidas para travar a doença
"As pessoas, depois de tantas semanas, saíram para realizarem atividades, para a vida económica da mesma família", explicou.

Apesar do aumento de casos no país, Maduro e a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, indicarem que estão a avaliar medidas para flexibilizar a quarentena.

A imprensa venezuelana noticiou que as novas medidas vão incluir, além do uso obrigatório de máscara, o uso de óculos e a imposição de andar de cabelo apanhado na rua.

Os autocarros deverão circular com as janelas abertas e com vários lugares de separação entre passageiros. Os venezuelanos deverão extremar as medidas de segurança ao chegar a casa.

Entretanto, as autoridades do estado venezuelano de Táchira, a 800 quilómetros a oeste de Caracas, encerraram por tempo indeterminado o popular Mercado das Pulgas, alegadamente por ter sido detetado "um foco de contágio" da Covid-19.
Instabilidade interna

Cinco milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos seis anos, para fugir à crise económica, tendo cerca de 50 mil regressado ao país durante a epidemia, de acordo com os dados oficiais.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a epidemia. O estado de alerta está em vigor até o próximo 13 de junho.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.
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