Crise política levou cerca de 70 mil pessoas a abandonar a Nicarágua

por Lusa

Washington, 21 set 2019 (Lusa) - Quase 70 mil pessoas foram forçadas a abandonar a Nicarágua desde abril de 2018, quando teve início a grave crise sociopolítica no país, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Num documento divulgado esta sexta-feira em Washington, a organização estima que 325 pessoas tenham morrido como resultado da "repressão do Estado aos protestos" antigovernamentais, que tiveram como detonador uma controversa reforma da segurança social.

Desde então, mais de 70 mil pessoas foram forçadas a fugir do país, a maioria para a Costa Rica, de acordo com a CIDH, que dá conta de "uma migração forçada" causada por uma "grave crise de direitos humanos".

"De acordo com informações recebidas pelo Estado costa-riquenho, entre janeiro e setembro de 2018 cerca de 52 mil nicaraguenses entraram na Costa Rica e permaneceram no país, dos quais 13.697 formalizaram o pedido de asilo", refere o documento.

Como resultado da repressão do Governo de Daniel Ortega aos protestos, a CIDH contabiliza ainda mais de 2.000 feridos e 700 detidos ou acusados.

Além disso, 300 profissionais de saúde foram demitidos, 144 estudantes da Universidade Nacional Autónoma da Nicarágua foram expulsos e pelo menos 70 jornalistas e profissionais de comunicação permanecem no exílio, de acordo com a organização.

No passado dia 10, a CIDH pediu à comunidade internacional que não esqueça que a crise e a repressão na Nicarágua persistem e que não há condições para o regresso de nicaraguenses que fugiram do país.

Tópicos
pub