Debate mais moderado revela diferentes visões do mundo

por Lusa
Reuters

O segundo debate entre os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Joe Biden, na noite de quinta-feira, foi mais moderado e apresentou duas visões de mundo muito diferentes, publica hoje a imprensa mundial.

O jornal norte-americano New York Times sublinhou que o tom deste segundo e último debate foi, no geral, mais moderado do que no primeiro encontro, realizado no mês passado, entre o republicado e atual Presidente, Donald Trump, e o democrata Joe Biden.

Se o teor deste segundo debate, que ocorreu na Belmont University em Nashville, foi mais moderado, o conflito em questões de substância e visão não poderia ter sido mais dramático, segundo o New York Times.

Desde os primeiros minutos, os dois candidatos tomaram posições opostas sobre a pandemia do SARS-CoV-2 e Trump prometeu - desafiando as evidências - que a doença estava "a desaparecer" enquanto Biden pedia uma ação federal muito mais agressiva para o "inverno sombrio" que se avizinha.

Para o New York Times, ambos deram previsões opostas para a pandemia do novo coronavírus e revelaram diferenças irreconciliáveis em questões que vão desde o resgate da economia e fortalecimento do sistema de saúde até ao combate às mudanças climáticas e reformulação do sistema de imigração.

O jornal norte-americano Washington Post também sublinhou que o debate foi mais moderado que o anterior e que as visões de mundo são muito diferentes entre os dois candidatos.

O Presidente Trump tentou mostrar Joe Biden como um político atormentado por escândalos que falhou durante décadas na política e Biden tentou retratar Trump como um demagogo que abusou criminosamente dos imigrantes e lidou mal com a pandemia do novo coronavírus.

As constantes interrupções do primeiro debate, escreve o Washington Post, foram substituídas por um contraste mais claro entre as suas visões conflitantes sobre o país e a trocas de ataques mais definidas.

Quando Trump tentou acusar Biden de ganhar dinheiro com a China, o ex-vice-Presidente de Barack Obama apontou que o chefe de Estado não divulgou as suas declarações de impostos, apesar das promessas de fazê-lo.

Segundo o Washington Post, um dos momentos mais quentes da noite concentrou-se na política de Trump de separar as crianças imigrantes de suas famílias na fronteira.

O portal na internet do jornal mexicano La Crónica destacou também como o momento mais dramático da noite a questão da política migratória, que afeta diretamente o México, que faz fronteira com os Estados Unidos e por onde entra grande parte dos imigrantes nos EUA.

Na hora do debate sobre a política de imigração, Biden não perdeu a oportunidade de acusar o seu rival com a notícia recente sobre as 545 crianças que foram separadas de seus pais migrantes, há cerca de dois e três anos, cujos pais ainda não puderam ser localizado para reagrupamento familiar ordenado pela Justiça.

O jornal mexicano também sublinhou a tentativa de Trump de fugir à responsabilidade pela crise de saúde causada pela pandemia do SARS-CoV-2.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o democrata Joe Biden ofereceram visões fortemente contrastantes sobre a pandemia de coronavírus ainda violenta no debate presidencial final de quinta-feira, buscando persuadir os poucos eleitores indecisos restantes 12 dias antes da eleição de 3 de novembro, segundo o diário mexicano.

Para o jornal canadiano Toronto Sun, Trump adotou um tom mais contido do que durante o caótico primeiro debate presidencial em setembro, quando interrompeu Biden repetidamente.

Mas, segundo o diário canadiano, o confronto de quinta-feira ainda apresentou muitos ataques pessoais entre dois homens que demonstram pouco respeito um pelo outro e Trump continuou a levantar acusações de corrupção infundadas sobre Biden e a sua família.

O Toronto Sun referiu que os candidatos entraram em confronto sobre saúde, relação com a China e - após meses de protestos antirracismo - relações raciais, com Biden a dizer que Trump foi "um dos Presidentes mais racistas" da história.

O jornal francês Le Monde referiu que o debate presidencial não viu um, mas uma vencedora, a moderadora Kristen Welker, da televisão NBC, que conseguiu controlar os candidatos.

Desta vez, segundo o Le Monde, os eleitores puderam ouvir os dois candidatos, que se opõem em praticamente todas as questões, a explicar as suas ideias, a sua visão dos Estados Unidos, mas também as suas críticas ao adversário, de maneira ordenada e inteligível.

Para o Le Monde, o candidato democrata, favorito nas sondagens, soube resistir ao bom desempenho de Donald Trump neste encontro mais pacífico que o anterior, em que a crise do novo coronavírus, a imigração, o racismo, a economia norte-americana foram os pontos principais do debate.

Já o jornal britânico The Guardian sublinhou que a noite em Nashville começou com relativa calma, com os rivais apresentando os seus argumentos finais à nação em plena pandemia que matou mais de 220.000 norte-americanos e infetou outros milhões, incluindo o Presidente Trump.

Apesar da natureza cada vez mais horrível e pessoal da campanha presidencial, a noite apresentou um debate político substancial com os candidatos divergindo fortemente sobre questões como racismo, imigração e clima, escreve o The Guardian.

O jornal britânico também sublinhou a tentativa de Trump de minimizar a situação da pandemia do novo coronavírus no país e o confronto dos candidatos em relação às crianças que foram separadas dos pais imigrantes na fronteira norte-americana.

A eleição presidencial norte-americana vai decorrer a 03 de novembro.

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