Desmantelar núcleos de espionagem russa é "prioridade", defendem Trump e May

por Lusa

Moscovo, 28 mar (Lusa) -- Donald Trump e Theresa May entendem que desmantelar os núcleos de espionagem russa é uma prioridade para "reduzir as atividades clandestinas russas e prevenir futuros ataques com armas químicas no território de cada um dos países".

Este entendimento, partilhado pelo Presidente norte-americano e a primeira-ministra britânica, foi divulgado pela Casa Branca, ao informar sobre uma chamada telefónica, realizada hoje, entre May e Trump.

Até agora, mais de 150 diplomatas russos foram expulsos de países ocidentais, num esforço coordenado destes Estados.

As expulsões ocorrem depois de um antigo espião russo e a sua filha terem sido alvo de um ataque com um elemento químico, em território britânico, em 04 de março, cuja responsabilidade foi atribuída ao Kremlin.

Ainda segundo a Casa Branca, May e Trump também discutiram a recente aprovação de uma lei nos EUA que facilita aos polícias norte-americanos e estrangeiros a partilha de informação eletrónica.

Em comentário às expulsões, o principal representante russo na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, Alexander Lukashevich, considerou que estabeleceram um mau precedente.

As expulsões de 150 diplomatas russos, por mais de 20 Estados, criaram "um perigoso precedente de um castigo coletivo a um Estado cuja culpa não foi provada".

Para Lukashevich, a acusação britânica de que os russos atacaram o ex-espião Sergei Skripal e a sua filha, é uma "provocação em grande escala".

Os dirigentes da Federação Russa têm negado a acusação, considerando-a infundada.

Hoje, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a Turquia não vai tomar medidas contra a Federação Russa, "com base numa alegação".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo foi mais longe e avançou hoje a hipótese de os serviços especiais britânicos poderem estar por trás do envenenamento do ex-espião russo.

Por outro lado, um dirigente deste Ministério adiantou hoje que Moscovo "não tem pressa" em retaliar as expulsões.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, disse à agência noticiosa russa RIA-Novosti que a Federação Russa estava a considerar "ponderadamente e minuciosamente" a sua resposta às expulsões.

Entretanto, a sobrinha de Sergei Skripal disse hoje que o seu tio e a sua prima têm uma hipótese muito reduzida de sobrevivência.

Viktoria Skripal disse à BBC: "Só devem ter um por cento de hipóteses de sobrevivência".

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