Detetados novos ataques de “hackers” russos a grupos políticos dos EUA

por RTP
A empresa de software revela que o grupo responsável por estes ataques designa-se por “Strontium”, mais conhecido por “Fancy Bear” Charles Platiau - Reuters

A Microsoft detetou novos ataques levados a cabo por piratas informáticos russos, segundo anunciou a empresa na segunda-feira. Com a aproximação das eleições intercalares nos Estados Unidos, o alvo dos hackers russos eram sites do Senado e de grupos de análise política conservadores.

A Microsoft declarou vitória sobre hackers russos depois de na semana passada ter assumido controlo de seis páginas na web falsas que duplicavam oa sites do Senado dos Estados Unidos e de “think tanks” (grupos de análise política), como o Hudson Institute e o International Republican Institute.

O objetivo era fazer com que os cibernautas pensassem que estavam a aceder aos sites oficiais das organizações e entrar nos seus computadores para lhes roubar dados, nomeadamente palavras-passes.

Uma ordem do tribunal já foi concedida à Microsoft, permitindo a empresa de se apoderar destes domínios falsos e procurar provas sobre intervenção de grupos hackers, bem como travar a sua ação.
A Microsoft já eliminou 84 sites falsos associados ao “Fancy Bear” nos últimos dois anos.
A empresa de software revela que o grupo responsável por estes ataques designa-se por “Strontium”, mais conhecido por “Fancy Bear”. Este mesmo grupo, de acordo com a Microsoft, foi o que esteve por trás do ataque cibernético ao Comité Nacional do Partido Democrata em 2016, durante as eleições presidenciais. Acredita-se que visavam ajudar Donald Trump na sua subida à presidência, prejudicando a adversária democrata, Hillary Clinton.

Desta vez, mais do que prejudicar um partido político em detrimento do outro, “a ação centra-se fundamentalmente em prejudicar a democracia”, afirma o presidente da Microsoft, Brad Smith.

Robert Mueller, procurador especial responsável pela corrente investigação sobre as intervenções russas nas eleições de 2016, afirma que o grupo responsável pelos ataques é dirigido pela GRU, a principal agência de informações russas.
Rússia rejeita alegações
Numa altura em que se aproximam as eleições intercalares de novembro nos EUA, este tipo de ataques cibernéticos são bastantes alarmantes.

“Estamos preocupados que estas e outras tentativas constituam ameaças à segurança de um amplo número de grupos ligados a ambos os partidos políticos americanos antes das eleições de 2018”, disse Brad Smith.

O Kremlin, por sua vez, já rejeitou as acusações e argumenta que não existem provas que as apoiem.O Facebook, no final de julho, removeu 32 páginas e contas falsas das suas plataformas, numa tentativa de combate à intromissão alheia durante as eleições nos EUA.

“Não sabemos sobre que hacker é que eles estão a falar”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Sobre quem exatamente é que eles estão a falar? Nós não entendemos qual é a prova e a base para tirarem esse tipo de conclusões. Tal informação está a faltar”, acrescentou.

A Microsoft anunciou na segunda-feira que devido às ameaças contínuas aos partidos políticos americanos, irá lançar um serviço especializado de proteção de segurança cibernética.

A empresa diz ainda que o serviço será oferecido a todos os candidatos e funcionários da campanha eleitoral, bem como a grupos de análise e organizações políticas.
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