Detidos nove suspeitos de envolvimento na exportação ilegal de madeira em Moçambique

por Lusa

Nove funcionários públicos foram detidos em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, por suspeitas de envolvimento na exportação de mais de 100 contentores de madeira ilegal apreendidos na última semana, disse hoje a Procuradoria provincial.

As detenções aconteceram na terça-feira, dias depois da apreensão da madeira, após a descoberta de "fortes indícios" do envolvimento dos nove funcionários no caso, disse Armando Wilson, porta-voz da Procuradoria provincial de Cabo Delgado, em declarações à comunicação social em Pemba.

Em causa está um total de 102 contentores de madeira ilegal que foram apreendidos na última semana, num navio no porto de Pemba, norte de Moçambique, e que tinham como destino a China, avançaram à Lusa, na altura, as autoridades.

Dos nove funcionários detidos, um é agente da Polícia da República de Moçambique, três são das alfândegas, quatro da Direção da Terra e Ambiente e um está afeto aos Serviços de Informação e Segurança do Estado.

"Em regra, quando há um processo de empacotamento esta equipa composta por estas entidades está sempre presente para garantir, por um lado, que a lei não seja violada, por outro, que o Estado não saia prejudicado, mas também para garantir a segurança", referiu Armando Wilson.

As autoridades avançaram que as investigações continuam visando identificar mais envolvidos, incluindo operadores florestais.

A madeira que estava a ser contrabandeada é das espécies umbila e jambire, tendo a sua apreensão resultado de uma denúncia.

Vários relatórios nacionais e internacionais têm indicado que Moçambique está a ser palco de crimes ambientais, entre os quais o corte ilegal de árvores, alertando para as consequências dos altos níveis de desflorestação.

Como forma de diminuir a pressão sobre os recursos florestais, algumas medidas restritivas foram aplicadas nos últimos cinco anos para inverter o cenário.

Dados oficiais indicam que Moçambique perde anualmente, pelo menos, 140 milhões de euros devido ao contrabando de madeira.

Tópicos
pub