Dia de greve geral. Confrontos numa das manifestações em Barcelona

por RTP
Juan Medina - Reuters

Após dois dias de marcha sobre Barcelona, concentraram-se no centro da cidade as colunas provenientes de cinco diferentes cidades catalãs pela libertação dos líderes independentistas que estão detidos. A polícia calcula em mais de meio milhão o número de manifestantes. Um cortejo autónomo tem sido cenário de confrontos, havendo até agora 35 feridos e 10 detidos.

Paralelamente à concentração principal, que juntava as colunas provenientes das cinco cidades, há também uma manifestação estudantil alternativa, que se encaminhou pela Via Laietana e na qual têm vindo a registar-se os confrontos.

A greve foi convocada pelos sindicatos independentistas Intersindical-CSC e Intersindical Alternativa de Catalunya (IAC), depois de ter sido anunciada a condenação de nove líderes independentistas.

A marcha levou ao corte de autoestradas e várias vias na Catalunha, entre as quais a N2, próximo da fronteira entre Espanha e a França. Em Barcelona, várias artérias foram bloqueadas e há linhas de metro a encerrar.

O caos também se instalou no aeroporto de Barcelona, com mais de meia centena de voos cancelados.

O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, admitiu que a greve desta sexta-feira pode vir a ser das mais complicadas, temendo a chegada de “grupos radicais do País Basco”.

"Não nos vão apanhar de surpresa", garantiu Grande-Marlaska. "Estamos a enfrentar uma situação de violência minoritária, mas muito organizada. Não haverá impunidade", acrescentou.

Ao início da tarde, a Sagrada Família foi encerrada ao público por não estarem reunidas as condições para o normal funcionamento. De acordo com a Guarda Urbana de Barcelona, quatro mil pessoas estão concentradas no local.

“Devido à concentração de um grupo de manifestantes em frente às portas da Basílica, o acesso ao local não pode ser garantido”, lê-se num tweet partilhado na página do monumento.

A manifestação decorre sem grandes incidentes. No entanto, alguns testemunhos publicados na rede social Twitter dão conta de que já há registos de detenções.


A Guarda Civil, através do Twitter, anunciou que a página online “Tsunami Democratic” - utilizada para coordenar os protestos - seria encerrada por ordens judiciárias. Segundo explica a Guarda Civil, a plataforma digital poderia “favorecer a prática de crimes”.
Noite violenta
A quarta noite consecutiva de protestos na Catalunha foi, mais uma vez, marcada por violentos protestos: lojas vandalizadas, caixotes do lixo e carros em chamas, confrontos com a polícia e agressões entre grupos de extrema-direita.

A tarde de quinta-feira decorria sem grandes incidentes, mas ao início da noite e ao longo da madrugada o ambiente agudizou-se, com intensos confrontos entre a polícia e os manifestantes.

O último balanço aponta para 42 feridos e 16 pessoas detidas na última madrugada.

(em atualização)
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