Director executivo da Boeing abandona cargo

por RTP
Reuters

A companhia aérea americana anunciou esta segunda-feira que o director executivo está de saída depois de um ano marcado por duas quedas de aviões 737 Max. Dennis Muilenburg vai continuar no cargo até ao dia 13 de janeiro de 2020.

Muilenburg era o responsável fabricante pelos aviões 737 Max que sofreram duas quedas: em outubro de 2018 e em março de 2019, na Indonésia e na Etiópia. Dos dois acidentes resultaram mais de 300 vítimas mortais. Em consequência dos desastres, a empresa não consegue ter aprovações regulamentares para vender a linha.

Com dificuldades em restaurar a confiança de empresas e passageiros, a Boeing atribuiu o cargo de Muilenburg a David Calhoun, o que levou a um crescimento de quatro por cento nas ações da empresa.

Durante o reinado de 34 anos de Muilenburg, o último foi ano foi o mais difícil com o gestor a não conseguir resistir às quedas dos aviões 737 Max. A companhia aérea revelou também que a partir de janeiro de 2020 vai parar a produção dos aviões.

Um oficial da direção da Boeing revelou à imprensa que a decisão foi tomada durante o fim de semana e que Muilenburg foi contactado por telefone no domingo para saber da sua decisão.

De acordo com o especialista Richard Aboulafia, a chamada de David Calhoun mostra que a empresa vai apostar em alguém com experiência, mas que se trata de uma decisão a longo prazo.

“Através de uma nova direção, a Boeing vai operar com um renovado compromisso de transparência, incluindo comunicação efetiva e proactiva com a Administração de Aviação Federal e outros reguladores e seus clientes”, anunciou a Boeing em comunicado.
Problemas de software em aviões
Depois dos acidentes na Indonésia (Outubro de 2018) e Etiópia (Março de 2019) a Boeing sofreu danos graves em termos de reputação. Foram conduzidas investigações à produção dos aviões 737 Max e descobertas falhas no software.

Oficiais identificaram um controlo automático no avião, conhecido como MCAS, como um dos fatores que levou à queda dos aviões na Indonésia e Etiópia. De acordo com a Boeing, o sistema tinha um sensor que estava a mandar informação errada para os comandos e a puxar o aparelho para baixo.

Os reguladores americanos, apesar das tentativas de correção por parte da Boeing, analisaram o caso e revelaram que a empresa estava consciente antes dos acidentes de que o sistema podia não estar a postos para voar.

A Boeing foi acusada de priorizar os lucros em vez da segurança dos clientes.
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