Diretor da OIM pede "resolução positiva" para fim do programa de jovens indocumentados nos EUA

por Lusa

Lisboa, 07 set (Lusa) - O diretor-geral da Organização Mundial de Migrações (OIM), o embaixador norte-americano William Lacy Swing, disse hoje esperar "uma resolução positiva" que garanta "um futuro" para os jovens indocumentados em risco de deportação dos EUA.

"Estamos à espera de ver qual será o resultado final [da anunciada revogação do programa DACA por parte de Donald Trump]. Mas está aqui em causa um tremendo número de vidas de jovens, pessoas que contribuíram ao longo dos anos para a sociedade norte-americana e só podemos esperar que se produza um bom resultado", disse hoje à agência Lusa o responsável da OIM.

William Lacy Swing, embaixador com uma carreira de 30 anos de colocações em África, encontra-se em Lisboa para participar na conferência de apresentação da Rede Parlamentar sobre Políticas da Diáspora, uma iniciativa da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que decorre até sexta-feira na Assembleia da República.

A administração norte-americana anunciou na terça-feira que vai terminar de forma gradual com o programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals), que protege da deportação cerca de 800 mil jovens indocumentados que chegaram aos EUA quando eram crianças. A Casa Branca deu um prazo de seis meses para que o Congresso encontre uma solução legal para as pessoas protegidas pelo programa.

Esta decisão significa que um número indeterminado de jovens portugueses, mas que pode chegar às várias centenas, está em risco de deportação. O Governo português já disse que está a acompanhar a situação através dos canais diplomáticos.

"É importante que se deixe que estes jovens façam as suas contribuições, já que eles passaram toda a sua vida nos Estados Unidos", salientou à Lusa o diretor da Organização Internacional de Migrações.

Anteriormente, numa intervenção perante os parlamentares do Conselho da Europa, William Swing defendeu precisamente o papel destes migrantes no desenvolvimento das sociedades de acolhimento, considerando-os um fator de progresso e de riqueza, "agentes de desenvolvimento".

O embaixador ressalvou que a questão do fim do DACA é política, pelo que "tem de ser resolvida entre a administração [Trump] e o Congresso dos Estados Unidos".

"Mas esperamos uma resolução positiva, que preserve a contribuição destes jovens e que lhes dê um bom futuro", concluiu.

O DACA (Ação Diferida para Jovens Indocumentados) foi criado há cinco anos pelo Presidente Barack Obama. Vários empresários de topo nos Estados Unidos e o líder da maioria republicana no Congresso, Paul Ryan, apelaram já a Trump para que não acabe com o programa.

Tópicos
pub