Dissidente cubano condenado a três anos de cadeia por agressão

por Lusa

O dissidente cubano Eduardo Cardet foi condenado a três anos de cadeia por agressão, uma acusação que os apoiantes de Cardet consideram ser falsa, informou na segunda-feira a mulher.

Eduardo Cardet, coordenador do ilegalizado Movimento Cristão de Libertação, foi acusado de atentado contra um agente da autoridade e detido cinco dias depois da morte do histórico líder cubano Fidel Castro, explicou a mulher, Yaimary Vecino, à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).

Yaimary Vecino disse que Cardet estava na cela quando foi informado, na segunda-feira à tarde, que tinha sido condenado à pena máxima prevista para o delito.

Cardet vai recorrer da sentença, afirmou.

"Eu nunca pensei que seria assim", acrescentou Yaimary, indicando que Eduardo Cardet teve "uma defesa forte".

Yaimary Vecino contou que o marido foi detido no outono, um dia depois de regressar de uma viagem aos Estados Unidos.

De acordo com a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI), cinco testemunhas afirmaram que Cardet foi empurrado da bicicleta e detido por cinco agentes, quando regressava a casa da mãe em 30 de novembro.

Em janeiro, a AI considerou Cardet um preso de consciência, detido por exercer liberdade de expressão, e pediu ao governo de Cuba para o libertar.

As autoridades cubanas consideram frequentemente os dissidentes como traidores pagos pela administração norte-americana e grupos no exílio que procuram derrubar o governo do Presidente cubano, Raul Castro.

O Movimento Cristão de Libertação foi fundado pelo dissidente Oswaldo Paya, que morreu num acidente de carro em 2012.

Muitos dissidentes acusam o governo de ter causado o sinistro, o que Havana negou, afirmando que o acidente foi causado por um erro do condutor.

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