Donald Trump propôs encontro a Vladimir Putin na Casa Branca, segundo o Kremlin

por RTP
Reuters

O Presidente norte-americano, Donald Trump, propôs ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, um encontro na Casa Branca quando falaram por telefone no passado dia 20 de março, afirmou hoje o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov.

“Durante a sua conversa telefónica, foi o próprio Trump que propôs um encontro”, declarou Ushakov à imprensa.

“Trump propôs organizar este encontro em Washington, na Casa Branca”, precisou, adiantando, no entanto, que depois as “relações bilaterais se deterioraram mais uma vez” com as expulsões recíprocas de diplomatas relacionadas com o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em Inglaterra.

O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso.

O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta acusação.
Lavrov: Reino Unido quer desviar atenções do Brexit
Esta segunda-feira o ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirmou que o envenenamento do ex-espião poderá ser do interesse do Reino Unido, para desviar atenções do Brexit.

O envenenamento "podia ser do interesse do Governo britânico, que está numa situação desconfortável pela incapacidade para cumprir as promessas feitas aos eleitores sobre as condições do 'Brexit'", disse Serguei Lavrov, numa conferência de imprensa em Moscovo.

"E também podia ser do interesse dos serviços especiais britânicos, que são conhecidos pela capacidade para agir com permissão para matar", acrescentou. Não é a primeira vez que a Rússia deixa em aberto esta hipótese de que o envenenamento possa ter sido cometido pelos serviços britânicos.

Segundo Lavrov, a Rússia não tinha nenhuma razão, nas vésperas das presidenciais de 18 de Março e a poucos meses do Mundial de futebol, de envenenar o ex-espião, que foi condenado na Rússia por traição, mas integrou em 2010 uma troca de prisioneiros.

O ministro criticou também a decisão de vários países ocidentais de expulsar diplomatas russos como represália, afirmando tratar-se de "uma vingança" contra os diplomatas numa altura "em que não há provas" do envolvimento de Moscovo.

Lavrov acusou ainda o Reino Unido, os Estados Unidos e os aliados de terem "perdido toda a decência" e de "recorrerem a mentiras ou à desinformação pura e simples".

A Rússia tem vindo a negar nas últimas semanas qualquer envolvimento no envenenamento de Skripal e da sua filha.
A crise diplomática originada pelo envenenamento de Skripal e da filha já levou à ordem de expulsão de cerca de 300 diplomatas, segundo a agência AFP.

A 14 de Março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos, uma manobra diplomática que foi seguida nos últimos dias por muitos países ocidentais, pela Ucrânia e pela NATO, o que afectou mais de 150 membros de representações diplomáticas da Rússia em dezenas de países.

Na sexta-feira, a Rússia chamou os embaixadores de 23 países para anunciar que receberiam uma retaliação idêntica à que haviam decretado contra os russos, o que eleva para mais de 300 os diplomatas afectados pela maior onda de expulsões diplomáticas da História.

Ainda na sexta-feira, já depois de ter decretado a saída de 23 britânicos, a Rússia disse que as autoridades do Reino Unido devem reduzir o seu pessoal na Rússia "em mais 50 pessoas" para que o número de saídas recíprocas fique equiparado.

c/Lusa
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