Doze candidatos às eleições presidenciais na Guiné-Conacri, incluindo o atual PR

por Lusa

Doze candidatos, incluindo o atual chefe de Estado, Alpha Condé, concorrem às eleições presidenciais de 18 de Outubro, após meses de protestos contra um terceiro mandato do presidente cessante, segundo a lista validada hoje pelo Tribunal Constitucional.

Das 13 candidaturas apresentadas até ao final do prazo, que terminou às 24:00 locais e GMT de terça-feira, 01:00 de quarta-feira em Lisboa, apenas uma foi excluída, por razões médicas, segundo os funcionários do tribunal.

Esta candidatura não teria, contudo, força para influenciar o resultado do sufrágio.

Entretanto, a coligação que há meses vem liderando o protesto na Guiné contra um terceiro mandato do Presidente Alpha Condé anunciou hoje a exclusão de um dos seus líderes, Cellou Dalein Diallo, e daqueles que, como ele, escolheram concorrer às eleições presidenciais de outubro.

A Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), um coletivo de partidos da oposição, sindicatos e organizações da sociedade civil, disse que "tomou nota" da candidatura de Cellou Dalein Diallo e de outros líderes partidários, até agora aliados no seio da FNDC.

"Desta decisão decorre naturalmente a sua retirada voluntária do movimento", disse Abdourahmane Sanoh, coordenador do FNDC, à imprensa.

O FNDC levou milhares de guineenses para as ruas durante o ano passado para impedir um terceiro mandato de Alpha Condé. O protesto conduziu a confrontos e foi severamente reprimido várias vezes, causando dezenas de civis mortos.

O número exato de mortos, feridos e detidos é difícil de estabelecer, mas a FNDC, numa declaração hoje divulgada por Abdourahmane Sanoh, aponta 93 mortos e centenas de pessoas feridas e presas.

A FNDC e Cellou Dalein boicotaram em março as eleições legislativas e o referendo constitucional que preparou o caminho para a candidatura presidencial de Alpha Condé.

O anúncio da candidatura de Cellou Dalein, mas também a de Ousmane Kaba, presidente do Partidos dos democratas pela esperança (Pades), e Abdoul Kabélé Camara, presidente da Encontro Guineense pelo Desenvolvimento (RGD), abriu uma frecha na coligação.

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