"Dura batalha" por cidades como Bakhmut e Soledar continua, diz Zelensky

por Lusa

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurou hoje que a "dura batalha" por cidades como Bakhmut e Soledar, no leste da Ucrânia, continua, apesar de Moscovo ter concentrado "as suas maiores forças" naquela região.

"Embora o inimigo tenha concentrado as suas maiores forças nessa direção, os nossos soldados - as Forças Armadas da Ucrânia, todas as forças de defesa e segurança - estão a proteger o Estado", a região de Donetsk, sublinhou o chefe de Estado ucraniano.

Também o porta-voz do Estado-Maior do Exército ucraniano insistiu hoje que "a batalha por Soledar continua", contrariando uma vez mais o anúncio das autoridades de Moscovo da conquista da pequena cidade situada no leste da Ucrânia.

O porta-voz não deu detalhes sobre a situação em Soledar, cidade atingida nas últimas semanas por violentos combates com o envolvimento do grupo paramilitar russo Wagner, precisando apenas que as infraestruturas civis na região de Konstantinovka foram atingidas por mísseis das forças de Moscovo e que várias posições militares ucranianas foram visada por bombardeamentos aéreos.

Após 324 dias de guerra "em grande escala", Zelensky apontou também mudanças por parte da Rússia, por debater-se "sobre quem deve receber o crédito por algum avanço tático".

"Este é um sinal claro de fracasso para o inimigo. E este é mais um incentivo para todos nós pressionarmos mais os ocupantes e infligirmos maiores perdas ao inimigo", apontou o Presidente ucraniano.

Zelensky elogiou os combatentes na linha da frente, como a unidade "Kraken" por ações "decisivas para destruir o inimigo na área de Soledar", ou da Legião Internacional e da unidade "Shaman", que "defendem bravamente Bakhmut".

Mas destacou também as "outras frentes", expressando um reconhecimento aos elementos do Serviço de Inteligência Estrangeira da Ucrânia que "costumam ser completamente invisíveis e sobre os quais pouco se fala" mas que "tomam decisões muito importantes" para a Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Tópicos
pub