Os serviços de informação dos Estados Unidos avisaram o Congresso norte-americano de que a Rússia está a tentar interferir nas eleições presidenciais de 2020 a favor de Donald Trump. O Presidente norte-americano considerou que a decisão de partilhar estas informações junto dos congressistas é um sintoma de "deslealdade".
Donald Trump considerou que a decisão dos serviços de informação em partilhar as informações sobre a possibilidade de existir interferência russa nas eleições era um sintoma de “deslealdade”.
Trump terá repreendido o diretor interino dos Serviços de Informação Nacional, Joseph Maguire, por permitir que estas informações fossem tornadas publicas.
Durante o briefing, Shelby Pierson, assistente de Joseph Maguire, referiu que a Rússia tinha “desenvolvido uma preferência” por Trump.
As declarações de Pierson levaram a uma ampla discussão sobre segurança eleitoral e sobre a importância de alertar os candidatos democratas da possibilidade de estarem a ser alvo de “Governos estrangeiros”.
Durante a reunião, os aliados de Trump contestaram as informações do relatório, argumentando que este, desde o início do seu mandato, tem adotado uma postura dura com a Rússia.
O Presidente dos Estados Unidos afirmou não acreditar que a Rússia esteja a interferir nas campanhas eleitorais para o ajudar e considerou que essas informações poderão ser usadas contra ele durante as campanhas dos seus adversários.
Joseph Maguire pediu desculpa a Donald Trump e afirmou estar ainda a investigar o assunto, contou uma fonte do Governo ao The Washington Post.
De acordo com The New York Times, o Presidente dos Estado Unidos não terá gostado da presença do deputado Adam Schiff – que liderou o processo de impeachment contra ele.
“Contamos com os Serviços de Inteligência para informar o Congresso sobre qualquer ameaça, ou interferência estrangeira nas nossas eleições”, escreveu Schiff na rede social Twitter.
“Se houver verdade no relatório e o Presidente decidir interferir, está outra vez a comprometer os nossos esforços de combater a interferência estrangeira”, acrescentou.
De acordo com membros dos serviços de Inteligência Nacional, a análise apresentada por Maguire não terá agradado ao Presidente dos Estados Unidos e terá “arruinado a possibilidade de se tornar diretor permanente dos serviços de inteligência (DNI) ”.
Demissão de Maguire
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, substituiu esta quinta-feira o diretor dos serviços de informação nacional, Joseph Maguire, depois de este ter apresentado um briefing onde alertava para a possibilidade de existir interferência russa nas eleições norte-americanas, avança The Washington Post.
Richard Grenell, Embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, foi o escolhido para substituir Maguire, ficando assim responsável pela supervisão de 17 agências de espionagem.Duas fontes do Governo afirmaram que a substituição de Maguire foi uma coincidência.
“Rick representa extremamente bem o nosso país e estou ansioso por trabalhar com ele”, escreveu Trump na rede social Twitter.
Os democratas consideram perigosa a nomeação de Grenell, uma vez que, nas últimas eleições, este desvalorizou a interferência russa.