Eleições legislativas na Malásia marcadas para 9 de Maio

por Lusa
Lai Seng Sin - Reuters

As eleições legislativas na Malásia, que vão determinar a sobrevivência política do primeiro-ministro, Najib Razak, envolvido num escândalo financeiro, foram marcadas para 9 de Maio, anunciou hoje a comissão eleitoral.

O ato eleitoral vai ser realizado numa quarta-feira e observadores defendem que uma menor afluência às urnas pode ser benéfica para Najib Razak. A comissão eleitoral determinou um período de campanha eleitoral de 11 dias.

Aproximadamente 14,94 milhões de pessoas estão inscritas nos cadernos eleitorais, um aumento de 1,7 milhão de novos eleitores em relação às eleições anteriores.

"Há uma hipótese de uma menor participação, especialmente para aqueles que têm que viajar para votar. Uma participação reduzida provavelmente favorecerá o primeiro-ministro", disse Rashaad Ali, professor da Escola de Estudos Internacionais de S. Rajaratnam, em Singapura.

"Considero esta eleição o teste final de sobrevivência para Najib. Se não conseguir um resultado forte, vozes de dissidência dentro do partido (Organização Nacional para a Unidade Malaia) vão certamente crescer, tornando a liderança insustentável. Se ele se sair bem na eleição, vai consolidar a sua posição", afirmou Rashaad.

Em janeiro, a coligação de partidos da oposição na Malásia escolheu o ex-primeiro-ministro malaio Mahathir Mohamad como candidato às eleições gerais contra Najib Razak, que procura ser reeleito para um terceiro mandato.

Mahathir Mohamad ocupou a chefia do Governo entre 1981 e 2003 e regressou à política há dois anos, na sequência de um escândalo financeiro, que envolve Najib Razak.

Os Estados Unidos e vários países estão a investigar as acusações de que Najib Razak recebeu em contas bancárias pessoais 700 milhões de dólares de um fundo de investimento público.

O Governo malaio rejeitou estas denúncias e acusou a oposição de usar notícias falsas para ganhar votos, afirmando que as notícias sobre a apropriação indevida de um fundo estatal e as acusações de lavagem de dinheiro são falsas.

No início deste mês, o parlamento da Malásia aprovou uma lei que prevê uma pena de prisão de até seis anos para pessoas que divulguem e escrevam notícias falsas.

Ativistas dos direitos humanos denunciaram que a lei parece ter como objetivo encerrar a discussão sobre o escândalo financeiro, que envolve Razak.

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