A presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta terça-feira em Bruxelas a distribuição de pelouros entre os comissários que constituem o seu colégio. Elisa Ferreira, a comissária designada por Portugal, fica com a pasta da coesão e das reformas.
Ursula von der Leyen elencou o novo executivo que vai liderar, que conta com três vice-presidentes executivos, que são também comissários e que vão ser responsáveis por pastas transversais como o Acordo Verde europeu (Frans Timmermans), Economia na era digital (Margrethe Vestager) e uma “economia que trabalha para as pessoas” (Valdis Dombrovskis).
The distribution of portfolios to Commissioners-designate.#vdLcommission #EUstrivesformore
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Elisa Ferreira trabalhará de perto com dois vice-presidentes executivos: Frans Timmermans, que supervisionará o trabalho da comissária da Coesão e Reformas, assim como dos comissários responsáveis pela Agricultura, Saúde, Transportes, Energia e Ambiente e Oceanos; e Valdis Dombrovskis, na área da economia com justiça social.
A comissária portuguesa fica com a gestão dos fundos regionais, com a responsabilidade sobre o novo instrumento orçamental para a convergência e competitividade e ainda com o fundo da transição energética.
Ursula von der Leyen elencou todos os novos comissários, destacando, no caso de Elisa Ferreira, o currículo da portuguesa, vice-presidente do Banco de Portugal e antiga eurodeputada por Portugal.
A designação de Elisa Ferreira como Comissária Europeia em representação de Portugal foi conhecida a 27 de agosto, mas desconhecia-se a pasta que lhe estava atribuída, devido ao compromisso assumido de que seria Ursula von der Leyen a anunciar os pelouros.
Elisa Ferreira congratula-se com pelouro atribuído
A comissária indigitada afirmou que foi com "a maior honra" que aceitou "o convite do Primeiro-Ministro" para assumir o cargo.
A comissária indigitada afirmou que foi com "a maior honra" que aceitou "o convite do Primeiro-Ministro" para assumir o cargo.
"É igualmente com muita satisfação, e consciente da elevada responsabilidade que me é confiada, que exercerei o pelouro que me foi atribuído para os próximos cinco anos, caso venha, como espero, a ser confirmada no cargo para que fui indigitada", lê-se numa nota enviada à agência Lusa.
Para Elisa Ferreira, "investimento, desenvolvimento económico, coesão territorial, convergência económica e social no quadro da União Económica e Monetária e transição energética são áreas prioritárias da Comissão Europeia", nas quais disse ir colocar toda a "determinação, energia e experiência" adquirida ao longo da sua carreira profissional.
"Nunca, como hoje, a União Europeia (UE) precisou tanto do empenhamento de todos contra as tendências desagregadoras que a ameaçam", afirmou.
À presidente da Comissão, Elisa Ferreira manifestou toda a "lealdade" para "defender a UE e torná-la tangível no dia a dia dos seus mais de 500 milhões de cidadãos".
"Todas as razões para estarmos satisfeitos", diz António Costa
Depois de conhecida a pasta de Elisa Ferreira, António Costa afirmou que se trata de um trabalho "muitíssimo importante e corresponde aquilo que tínhamos trabalhado com a senhora von der Leyen, visto que é uma pasta que vai permitir assegurar a conclusão das negociações para o próximo quadro financeiro plurianual e vai gerir dois importantes fundos que existem há muitos anos. O FEDER, para a política regional, e o fundo de coesão".
Vai também gerir, acrescentou o primeiro-ministro, "dois novos fundos. Um que é o fundo de transição justa para apoiar a transição para um novo paradigma energético e para a sociedade digital. E ainda o embrião da capacidade orçamental da zona euro que financiará as reformas necessárias para a convergência e competitividade".
Para António Costa, trata-se de uma "pasta que está ao nível da qualidade da nossa comissária e seguramente corresponde a uma área de interesse muito significativo para o nosso país".
"Temos todas as razões para estarmos satisfeitos", disse o primeiro-ministro.
Comissão paritária
Na segunda-feira, Von der Leyen tinha divulgado a lista com os nomes dos comissários europeus designados por cada Estado-membro e que tiveram o seu aval, sendo 13 mulheres e 14 homens. A nova Comissão Europeia assume funções a 1 de novembro para um mandato de cinco anos.
Cada comissário indigitado irá ser submetido ao escrutínio da respetiva comissão parlamentar (em alguns casos, mais do que uma) na assembleia europeia, respondendo a cinco perguntas escritas, antes de ser questionado exaustivamente durante três horas pelos eurodeputados, numa audição transmitida em direto.