Embaixada do Paquistão em Cabul atingida por disparos

por Lusa

A embaixada do Paquistão em Cabul foi atingida hoje por diversos disparos, com o primeiro-ministro paquistanês a denunciar uma tentativa de assassinar o embaixador do país na capital afegã.

O diplomata saiu ileso, mas um guarda-costas ficou ferido, indicaram responsáveis oficiais paquistaneses.

Um destacado político e "senhor da guerra", Gulbuddin Hekmatyar, também escapou sem ferimentos, num ataque paralelo na capital afegã, indicou o seu gabinete.

O ataque à embaixada do Paquistão em Cabul surge num período de agravamento das tensões entre os dois países vizinhos.

O primeiro-ministro Shahbaz Sharif referiu-se a uma "tentativa de assassínio" contra o embaixador do Paquistão, em mensagem divulgada no Twitter.

O ministério paquistanês dos Negócios Estrangeiros disse numa declaração que os atacantes não conseguiram atingir o embaixador, mas indicou que um guarda-costas ficou "gravemente ferido". A declaração refere ainda que "o complexo da embaixada do Paquistão em Cabul esteve sob ataque", sem fornecer mais detalhes.

O incidente ocorreu um dia após o Governo do Paquistão ter exigido aos dirigentes talibãs do Afeganistão que impeçam ataques terroristas que supostamente partem do seu território.

Os talibãs paquistaneses, aliados dos seus congéneres afegãos e que garantem refúgio no seu território, reivindicaram o ataque bombista suicida registado no início da semana no sudoeste do Paquistão e que motivou uma forte reação no país.

O atentado matou quatro pessoas e parece ter sido destinado a uma força policial.

O porta-voz do ministério afegão dos Negócios Estrangeiros, Abdul Qahar Balkhi, condenou fortemente o ataque à embaixada paquistanesa na capital afegã, e assegurou que os talibãs não permitirão que "atores maliciosos coloquem uma ameaça à segurança das missões diplomáticas em Cabul".

"A nossa segurança vai promover uma investigação séria, identificar os autores e levá-los perante a justiça", acrescentou Balkhi.

Os talibãs conquistaram o poder em Cabul em agosto de 2021, na sequência da total retirada das tropas da NATO e dos Estados Unidos do Afeganistão.

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