Emissões de dívida de países lusófonos em moeda chinesa são benéficas para todos - Banco da China

por Lusa

Macau, China, 20 mai 2019 (Lusa) - A diretora-geral do Departamento de Instituições Financeiras do Banco da China disse hoje à Lusa que o banco está "em contactos" com vários países lusófonos sobre uma eventual emissão de dívida em moeda chinesa.

"Temos alguns contactos, mas há coisas que temos de manter confidenciais, mas a emissão de títulos de divida em moeda chinesa é possível e é benéfica para ambas as partes", respondeu Wendy Sun Min quando questionada sobre uma possível emissão de dívida soberana de Angola ou Moçambique em renminbis.

Em entrevista à Lusa na filial de Macau do Banco da China, a responsável pelo contacto com as instituições financeiras internacionais lembrou que a moeda chinesa já faz parte das moedas aceites internacionalmente para emissão de dívida soberana "e por isso mais países estão a tomar atenção ao renminbi, de forma a terem algumas reservas nesta moeda".

Os títulos de dívida de um país emitidos em moeda chinesas são conhecidos como `pandabonds`, e Portugal é um dos países que se prepara para lançar dívida pública nesta moeda.

"A econmia de Portugal está a melhorar, há bastante liquidez, as pessoas estão à procura de oportunidades e antes não estavam familiarizadas com o mercado chinês, e nós queremos ter a oportunidade de nos apresentarmos e mostrar as oportunidades de investimento para o mercado europeu e, em especial, para o mercado português", disse Wendy Sun Min.

Em outubro, Lisboa e Pequim assinaram, através da Caixa Geral de Depósitos e do Banco da China, um acordo que prevê a emissão de dívida pública portuguesa em renminbi.

Este foi um dos 17 acordos bilaterais formalizados durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, no ano passado, que surgiu no seguimento da autorização dada pelo banco central chinês, em 2017, à emissão de dívida portuguesa nesse país.

Portugal é o quinto maior destino de investimento estrangeiro da China, num montante que já ultrapassou os nove mil milhões de euros desde o princípio desta década, mil milhões dos quais foram canalizados através da intervenção ou mediação do Banco da Cina, concluiu Wendy Sun Min.

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