O secretário de Estado das Comunidades disse hoje que o envio dos boletins de voto para os eleitores no Brasil está a ser dificultado pela greve dos correios naquele país, adiantando estar a trabalhar numa forma de ultrapassar essa situação.
"Os boletins começaram ontem [terça-feira] a chegar ao Brasil. E ontem mesmo houve uma decisão de fazer greve nos correios [brasileiros] por tempo indeterminado, o que cria de imediato uma dificuldade", disse José Luís Carneiro à agência Lusa.
A maioria dos emigrantes portugueses votam para a Assembleia da República por correspondência, sendo que nas legislativas de 06 de outubro, pela primeira vez, puderam optar por votar presencialmente nos consulados.
O Brasil conta com 220.610 inscritos nos cadernos eleitorais, 1.335 dos quais optaram por votar no consulado e os restantes por correio.
José Luís Carneiro adiantou estar já a trabalhar com a Administração Eleitoral e com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) para encontrar uma solução que garanta que os portugueses residentes no Brasil "tenham o seu direito de voto assegurado".
"Uma das soluções para aqueles que já receberam os boletins de voto é poderem exercer o direito de voto [...] entregando os invólucros nos postos consulares, sendo depois expedidos por mala diplomática. É uma possibilidade", adiantou.
Para os que ainda não receberam os boletins de voto, a solução poderia passar, segundo o secretário de Estado, pela "abertura da possibilidade de voto presencial no fim de semana em que ocorrem as eleições em Portugal".
"Estamos a avaliar as soluções possíveis [...] para garantir a igualdade de oportunidades na plenitude dos seus direitos aos cidadãos portugueses e lusodescendentes no Brasil", sublinhou, ressalvando que qualquer solução terá sempre de ser validada pela CNE.
Até 06 de setembro, a Administração Eleitoral enviou 1.464.508 boletins de voto para os portugueses recenseados no estrangeiro, dos quais 895.382 pertencem ao círculo da Europa e 569.126 ao círculo fora da Europa.