Epidemia de cólera mata cerca de 100 pessoas na Nigéria

por Lusa

Lagos, Nigéria, 22 set (Lusa) - Uma epidemia de cólera matou quase 100 pessoas nas últimas duas semanas no nordeste da Nigéria, uma região devastada pelas ações do grupo extremista Boko Haram, informou hoje a ONU.

Foram "3.126 casos identificados nos estados de Yobe e Borno", indicou um comunicado do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) em Abuja, sublinhando que a epidemia já havia "matado 97 pessoas" nesses dois estados.

A epidemia foi declarada há duas semanas em Borno, epicentro da violência e onde centenas de milhares de pessoas vivem em campos de deslocados, tendo atingido agora o estado vizinho de Yobe, "onde 989 casos foram identificados a partir de 20 de setembro".

No início desta semana, a ONU anunciou que a doença matou mais de 500 pessoas em toda a bacia do lago Chade (Nigéria, Chade, Camarões e Níger) e que 27.000 pessoas contraíram cólera nas últimas semanas.

A estação chuvosa é propícia para a propagação da epidemia, que ressurge todos os anos quase sempre no mesmo período, em campos de deslocados internos ou em locais onde as condições sanitárias estão muito deterioradas.

A cólera é uma infeção diarreica aguda causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados. O seu tratamento é fácil, nomeadamente pela reidratação, mas pode matar em poucas horas por falta de tratamento.

Os confrontos entre o Boko Haram e o exército já mataram mais de 34 mil pessoas desde 2009 e cerca de 1,8 milhão de pessoas ainda não conseguiram voltar para as suas casas.

Segundo as organizações não-governamentais, 11 milhões de nigerianos precisam urgentemente de ajuda humanitária.

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