Erdogan admite cenário de nova coligação pós-eleitoral

por RTP
Este domingo os turcos votarão em duas eleições: as legislativas e as presidenciais. Osman Orsal - Reuters

O Presidente turco não exclui a hipótese de formar uma nova coligação, caso a Aliança do Povo, que junta o seu partido, AKP, aos nacionalistas do MHP, não consiga a maioria parlamentar nas eleições do próximo domingo.

As sondagens sugerem que Erdogan pode não só enfrentar uma segunda volta como também perder a maioria parlamentar de 600 votos.

Em entrevista à emissora turca Kral FMradio, o Chefe de Estado admitia, na quarta-feira, que se a atual coligação obtivesse “menos de 300 assentos” na Assembleia poderia “procurar” uma outra fórmula de entendimento partidário. No domingo os turcos votam em duas eleições: legislativas e presidenciais.


Recep Tayyip Erdogan não especificou, no entanto, com que partido admite coligar-se, para além de acrescentar que a probabilidade de tal acontecer era “muito, muito baixa”.

No flanco oposto à Aliança do Povo - formada pelo partido islâmico-conservador de Erdogan e pelo Partido Movimento Nacionalista, de extrema-direita - está a Aliança da Nação, que junta o Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), o Bom Partido (Iyi Parti, de direita) e o Partido da Felicidade (Saadet, conservador).

Restam três partidos que concorrem sozinhos: o Partido Popular Democrático (HDP), forte opositor do atual Presidente, o Hüda-Par, partido islamista curdo, e o Partido Patriótico (VP), de esquerda. Acredita-se que os dois últimos partidos não consigam ultrapassar os dez por cento dos votos necessários para entrar no Parlamento.

No passado, os investidores foram afastados pelo crescente autoritarismo de Erdogan. Agora veem com maus olhos a perspetiva de um impasse político, por causar incerteza e tornar difícil a avaliação de perspetivas de investimento.

A própria moeda turca desvalorizou-se em mais de 20 por cento este ano.
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